Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já dão como certa a prisão do ex-presidente Bolsonaro (PL), mas são reticentes em avaliar o impacto político num cenário de polarização solidificada, apurou.

Contudo, admitem que a eventual condenação não desaparecerá com o bolsonarismo e que o ex-presidente vai continuar como cabo eleitoral importante.

A percepção de que Bolsonaro pode realmente acabar preso vai se disseminando no governo à medida que surgem mais provas nas investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado. E também depois do indiciamento do ex-presidente por causa da falsificação dos cartões de vacina.

As fontes ouvidas pela CNN, no entanto, ainda não se arriscam a estabelecer prazos e acham difícil estimar o tamanho do impacto eleitoral para 2026. Só tem uma certeza: o bolsonarismo não perderá força política.

A avaliação entre os auxiliares de Lula é que Bolsonaro tem uma capacidade importante de transferência de votos para qualquer candidato que escolher e que a polarização deve continuar em 2026.

Tarcisio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, não é visto hoje como provável adversário de Lula, por ter uma possibilidade de reeleição importante no Estado. As apostas variam entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).