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    porto velho, quarta-feira 21 de maio de 2025

Porto Velho vê explosão de farmácias enquanto segue sem saneamento básico

A rede Drogasil, uma das maiores do país, inaugurou duas unidades em apenas uma semana na capital rondoniense...


Redação

Publicada em: 20/05/2025 10:22:09 - Atualizado

institucional.upis.br/ e Taísa Arruda/G1

PORTO VELHO-RO: Porto Velho vive um fenômeno urbano curioso e, ao mesmo tempo, preocupante: em ritmo acelerado, farmácias estão sendo inauguradas de um dia para o outro em diversos bairros da capital. Em algumas esquinas, é possível ver três estabelecimentos farmacêuticos lado a lado ou de frente uns para os outros, competindo pelo mesmo público. A imagem que se repete em diferentes pontos da cidade simboliza uma Porto Velho doente — literalmente.

A rede Drogasil, uma das maiores do país, inaugurou duas unidades em apenas uma semana na capital rondoniense. Outras redes seguem o mesmo movimento, e construções de novas lojas já são vistas em vários pontos da cidade. A expansão veloz contrasta com a ausência de investimentos básicos e levanta questionamentos sobre as reais necessidades da população.

Enquanto farmácias surgem com agilidade e infraestrutura moderna, Porto Velho segue sem o mínimo em estrutura sanitária: mais de 90% da cidade não possui rede de esgoto. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a capital de Rondônia é uma das últimas colocadas no ranking de saneamento básico entre as capitais brasileiras.

Esse cenário contribui diretamente para a alta incidência de doenças provocadas por contato com água contaminada e a falta de coleta e tratamento de esgoto. Diarreias, infecções intestinais, hepatite A, dengue e leptospirose fazem parte da rotina das unidades básicas de saúde — isso quando o cidadão consegue ser atendido.

Em um ambiente onde adoecer é praticamente inevitável, a farmácia assume o papel de “pronto-socorro informal”. A facilidade de acesso, aliada à dificuldade de conseguir consultas e exames pelo sistema público, transforma o balcão da drogaria no primeiro — e muitas vezes único — recurso de quem precisa de algum alívio imediato. A automedicação se torna regra.

Esse modelo reforça um ciclo preocupante: a cidade não previne doenças, apenas trata os sintomas. A explosão das farmácias, longe de ser apenas um fenômeno de mercado, é reflexo direto de uma capital adoecida pela omissão histórica em áreas essenciais.

Enquanto o esgoto continua correndo a céu aberto em boa parte dos bairros, a pergunta segue sem resposta: até quando Porto Velho continuará sendo uma cidade onde farmácias crescem mais rápido do que soluções de saúde pública?


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