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    porto velho, quarta-feira 2 de julho de 2025

46% dos deputados federais avaliam governo Lula de forma negativa e 27%, positiva

Levantamento ouviu 203 parlamentares e indica pior avaliação do atual governo na Câmara dos Deputados dentro da margem de erro. Margem de erro é de 4,5 pontos para mais ou menos.


G1

Publicada em: 02/07/2025 11:28:50 - Atualizado

Foto: Raul Luciano/Ato Press/Estadão Conteúdo

Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (2) mostra que 46% dos deputados federais avaliam de forma negativa o governo Lula (PT), a pior avaliação do governo federal desde o início do mandato em 2023. Outros 27% avaliam a gestão de forma positiva, o número mais baixo da atual gestão. A margem de erro é de 4,5 pontos para mais ou menos.

Para 24% dos deputados, o desempenho do governo Lula 3 é "regular", enquanto 3% não souberam ou não responderam.

Veja os números:

  • Negativo: 46% (eram 42% em maio de 2024);
  • Positivo: 27% (eram 32%);
  • Regular: 24% (eram 26%);
  • Não sabem/Não responderam: 3% (era 1%).

Encomendado pela Genial Investimentos, o levantamento foi realizado entre os dias 7 de maio e 30 de junho de 2025. Foram ouvidos 203 deputados, o equivalente a 40% da composição da Câmara. A amostra foi feita por região geográfica e pela orientação ideológica dos partidos — com base no projeto Brazilian Legislative Surveys.

A avaliação negativa do governo Lula aumentou 13 pontos percentuais entre agosto de 2023, quando era de 33% no primeiro levantamento realizado com os deputados federais depois da posse, e a pesquisa divulgada nesta quarta.

Já a avaliação positiva da gestão petista caiu 8 pontos percentuais no mesmo período. Era de 35% em 2023, foi para 32% em 2024 e agora está em 27%.

O avaliação regular era de 30% há dois anos, foi para 26% no ano passado e agora está em 24%.

Avaliação negativa cresce entre independentes

A alta na avaliação negativa do governo Lula ocorre, principalmente, entre os deputados federais que se consideram independentes. A alta é de 24 pontos em dois anos: subiu de 20%, em 2023, para 44% neste ano.

No mesmo período, a avaliação positiva neste grupo caiu de 18% para 8% e quem considerava a gestão "regular" foi de 59% para 44%. Houve pouca variação entre os deputados governistas e os de oposição:

  • Entre os deputados que se declaram como base do governo, 71% o avaliam positivamente (eram 74% em 2023) e 2%, negativamente (eram 3% em 2023).
  • Nenhum dos entrevistados que se diz de oposição considera positivo o governo Lula: 96% o avaliam negativamente (eram 94% em 2023).

No geral, a relação do governo Lula com o Congresso é vista como negativa por 51% dos deputados (eram 41% em 2023), regular para 30% (eram 32%) e positiva pra 18% (eram 24%). Outros 1% não souberam ou não responderam (eram 2%).

Quando classificados em uma escala ideológica, 84% dos deputados de esquerda avaliam de forma positiva e 16% classificam como regular. Nenhum avalia negativamente.

Entre os deputados declarados de direita, 86% avaliam negativamente, 10% como regular e apenas 2% avaliam positivamente. Entre os parlamentares que se intitulam como "centro", 53% avaliam o governo do petista como regular, 24% como negativo e 23% como positivo.

Regionalmente, a avaliação negativa prevalece entre os deputados de quatro das cinco regiões do país, com exceção do Nordeste, em que há empate técnico: 37% dos deputados nordestinos aprovam o governo Lula, contra 33% que o classificam de forma negativa e 30% consideram o governo regular.

Enquanto isso, 51% dos parlamentares do Sudeste, 57% do Sul e 47% do Centro-Oeste e Norte (contabilizadas juntas) avaliam negativamente o governo. A avaliação positiva é de 24% entre os deputados do Sudeste, 21% do Sul e 20% do Centro-Oeste e Norte.

Eleição de 2026: maioria acredita em Lula candidato, mas 50% vê oposição favorita

A maioria dos parlamentares acredita que o presidente Lula será candidato à reeleição em 2026: 68% dos deputados acreditam o presidente buscará a reeleição, contra 21% que acham que ele não será candidato. Outros 11% não souberam ou preferiram não opinar.

Apesar disso, 35% apontam Lula ou um candidato do governo como favorito para a eleição, enquanto a metade dos deputados federais (50%) vê um candidato da oposição como favorito para vencer. Outros 15% não souberam ou não responderam.

Veja os números:

  • Candidato da oposição: 50% (eram 46% em maio de 2024);
  • Lula ou candidato do governo: 35% (eram 43%);
  • Não sabem/Não responderam: 15% (eram 11%).

Quando questionados sobre quem deve ser o principal candidato da oposição em 2026, o nome mais citado, de forma espontânea, foi o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mencionado por 49% dos entrevistados.

Inelegível pela Justiça Eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece na sequência, com 13%. Ele é seguido pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (6%), Eduardo Bolsonaro (5%), Ratinho Júnior (4%), Ronaldo Caiado (3%) e Flávio Bolsonaro (1%).

Bolsonaro é visto como figura central no debate eleitoral para 23% dos deputados. Esse é o percentual dos que acham que ele deve manter sua candidatura à Presidência, enquanto 51% acreditam que ele deveria abrir mão da disputa e apoiar outro nome.

70% são contra fim da escala 6x1

A pesquisa questionou como os deputados avaliam pautas em debate no Congresso. O fim da escala 6x1 está entre os temas mais rejeitados, com 70% dos deputados federais contrários à proposta.

A maior rejeição ocorre entre a oposição ao governo: 92%. Já 74% deputados que se consideram independentes rejeitam a ideia, enquanto o número é de 55% entre os governistas

Entre os deputados que aprovam a medida, 44% dos governistas dão apoio, número que cai para 23% entre os deputados independentes e para 6% na oposição.

Pautas com maior apoio:

  • Elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR): 88%;
  • Exploração do petróleo da Amazônia: 83%;
  • Aumento das penas para roubos: 76%

Já as pautas com maior rejeição:

  • Exclusão das verbas do Judiciário do limite de gastos: 70%;
  • Fim da escala 6x1: 70%;
  • PL que acaba com os supersalários: 53%.

O levantamento mostra que metade dos deputados federais são contrários à proposta que restringe com os supersalários dos funcionários públicos: 53% são contra a proposta, 32% se posicionam à favor e 15%, não souberam ou não responderam.

O limite deveria ser de R$ 46.366, mas na prática vencimentos superam os 5 dígitos. A proposta do governo Lula limita o pagamento acima deste valor no funcionalismo público.

Economia, violência e corrupção como principais problemas

Os deputados federais indicaram que a economia segue sendo o principal problema que o país enfrenta. No entanto, a preocupação com a violência cresceu e virou o segundo tema mais citado pelos deputados.

Veja os números:

  • Economia: 31% (eram 38% em agosto de 2023);
  • Violência: 23% (eram 7%);
  • Corrupção: 16% (eram 12%);
  • Outros: 14% (eram 12%);
  • Questões sociais: 10% (eram 23%);
  • Saúde: 3% (eram 3%);
  • Educação: 2% (eram 5%);
  • Não sabem ou não responderam: 1% (era 1%).

Metade dos deputados considera que o STF sempre invade as competências do Congresso

A pesquisa Quaest questionou aos deputados federais com qual frequência eles consideram que o Supremo Tribunal Federal (STF) invade as competências do Congresso. Para metade eles (49%), isso ocorre "sempre".

Já 28% dos parlamentares responderam "às vezes", outros 12% responderam "raramente" e, para 5%, o STF "nunca" invade temas que são do parlamento -- 6% não souberam ou não responderam.

A avaliação geral dos deputados em relação ao STF é 48% negativa, 27% positiva, 18% regular e 7% não souberam ou não responderam.

A pesquisa Quaest mostra que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), possui avaliação positiva de 68% dos deputados, enquanto 25% consideram sua gestão regular. Outros 6% classificam como negativa e 1% não respondeu.

Apesar de embates recentes com o governo Lula, o apoio é maior entre os deputados da base do governo Lula do que com a oposição: 77% dos governistas avaliam positivamente o presidente da Casa, 20% como regular e 2%, negativamente. Entre os opositores, Motta tem gestão positiva para 47%, regular para 42% e negativa para 9%.

Os deputados independentes apoiam em peso o presidente da Câmara: 82% consideram sua gestão como positiva, 12% como regular e 6% como negativa.






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