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    porto velho, quinta-feira 3 de julho de 2025

"Precisamos de toda a sociedade", diz Maria Micheletti, presidente dos fissurados de RO

Ela foi a entrevistada desta quinta-feira (3) e falou sobre as ações da Asfir


Redação

Publicada em: 03/07/2025 15:00:36 - Atualizado


PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta quinta-feira (3) teve como entrevistada a enfermeira e presidente da Associação dos Fissurados de Rondônia (Asfir), Maria José Micheletti, que falou sobre as ações da entidade. 

Responsável por atuar em prol dos cidadãos com fissura no lábio e céu da boca, a Asfir é uma entidade que vem buscando ampliar o seu trabalho através da maior divulgação de suas ações. Atualmente, a Asfir recupera 750 pacientes dentro do estado de Rondônia, em um trabalho voluntário.

De acordo com Maria Micheletti, essas fissuras têm cura e precisam ser mais esclarecidas à sociedade. 

"Essas informações muitas vezes não chegam de maneira plena à sociedade, então é muito importante entrevistas como essa. Uma fissura palatina é a abertura do lábio ou do palato já no nascimento da pessoa. Quando a mãe faz a ultrassonografia morfológica, é possível identificar a abertura do lábio, porém, o céu da boca é visível quando a criança nasce", declarou Maria Micheletti.

Ela falou que o recém-nascido não deve fazer a cirurgia imediatamente; é necessário esperar um tempo para a formação da musculatura da criança. Em casos como a fissura no céu da boca, apenas é feita a cirurgia após um ano e meio. 

"Quando o paciente nasce só com a fissura de lábio, ele faz a cirurgia com seis meses de idade, já o que nasce com fissura no palato é apenas a partir de um ano e seis meses. A criança recém-nascida precisa ter uma elasticidade na pele, por isso é necessário esse período de tempo", disse Maria Micheletti.

Uma equipe multidisciplinar é fundamental para o sucesso do tratamento, e segundo Maria Micheletti, deve ser feito à risca pelo paciente e familiares. 

"A fonoterapia, nutricionista, psicólogo, é necessária além da cirurgia para que a reabilitação do paciente seja um sucesso. Em geral, ele vai até os 21 anos para completar o tratamento em sua integralidade", comentou Maria Micheletti.

Ainda segundo Maria Micheletti, desde 2016 esses pacientes deixaram de buscar atendimento em outros estados por conta do trabalho da Asfir, que promove os atendimentos na capital do Estado. 

"Desde 2016 esses pacientes são tratados em Porto Velho, porém a mãe do interior vem para Porto Velho, a gente faz a ponte com as prefeituras e conseguimos até passagens gratuitas, e a mãe quando chega precisa se alimentar, a gente corre atrás de todas essas questões buscando apoio da prefeitura e de todos os órgãos que possam ajudar", argumentou Maria Micheletti.

A presidente da Asfir relatou que sua dedicação à causa dos fissurados iniciou após ela ter contato com esses pacientes e entender como era necessário que eles sejam representados pela sociedade civil organizada. 

"Até 2010 eu não conhecia o paciente fissurado, mas eu comecei a fazer parte de uma ONG e vi outros pacientes, então em 2013 eu fiz o convite para a prefeitura para a gente trazer esse projeto para Rondônia, que hoje já tem 750 pacientes cadastrados e realizando seus tratamentos", disse Maria Micheletti.

Ela finalizou deixando o telefone (69) 9 9934-5950 para que os cidadãos que precisam dos serviços da Asfir ou desejam conhecer a entidade entrem em contato. 

"Nós temos um número de WhatsApp que você pode passar uma mensagem e perguntar sobre consultas relacionadas à questões de fissuras. A demanda é espontânea e é bancada pelo nosso próprio bolso através da associação, que hoje possui um ambulatório para atender essas crianças", finalizou Maria Micheletti.

Veja A Voz do Povo:


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