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porto velho, sábado 12 de julho de 2025
PORTO VELHO - RO - O senador Confúcio Moura (MDB–RO) condenou a articulação parlamentar que visa formar maioria no Congresso exclusivamente para destituir ministros do Supremo Tribunal Federal, classificando essa estratégia como reminiscente de regimes autoritários. Em entrevista ao “Pratas da Casa” (TV Caboquinho), ele alertou que transformar o Congresso em um instrumento de retaliação enfraquece a democracia e desvia o foco das necessidades reais da população.
Segundo Moura, “reunir votos para cassar ministros se assemelha a um passo perigoso rumo a um autoritarismo de massas”, lembrando não um nazismo extremo, mas o modelo de fascismo de meados do século XX. Para ele, o caminho correto, caso haja suspeita de conduta imprópria de qualquer magistrado, é o uso dos mecanismos legais previstos — impeachment ou ação penal — e jamais manobras para forçar um resultado político.
O parlamentar aproveitou a ocasião para defender o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltando que Rondônia não tem o luxo de abrir mão de investimentos federais. Ele citou como prioridades a recuperação de rodovias, a ampliação de leitos hospitalares e projetos de saneamento, todos dependentes de recursos e liberação de emendas em Brasília.
— “Não podemos brincar de ‘legislativo vingador’. Nosso dever é buscar parcerias para obras e serviços indispensáveis. O povo cobra asfalto, hospitais em dia e escolas funcionando, não guerra institucional”, afirmou.
Moura também rebateu versões de que Lula seria alvo de uma ofensiva coordenada para enfraquecer seu governo. “Atacar o STF é um ataque à própria estrutura da República. O tribunal não é inimigo de quem pensa diferente, mas guardião do equilíbrio entre Executivo, Legislativo e Judiciário.”
Fiel à aliança com o Planalto e com a agenda de esquerda, Confúcio reconheceu que sua retórica dura pode gerar desconforto em colegas de centro, mas defendeu o tom firme como instrumento de denúncia contra riscos à ordem constitucional.
Por fim, o senador reafirmou que será candidato à reeleição em 2026 e seguirá utilizando sua tribuna para articular consensos em torno de pautas sociais e de infraestrutura, evitando que o debate político se transforme em uma “tempestade de ressentimentos”.