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    porto velho, domingo 13 de julho de 2025

Pressionado pelo agro, senador Confúcio Moura reage ao tarifaço de Trump

Para quem até outro dia acompanhava os ataques verbais da esquerda ao agronegócio — muitas vezes chamado por Lula e sua base de "fascista" e silenciava, Moura foi longe...


Redação

Publicada em: 13/07/2025 11:16:54 - Atualizado

PORTO VELHO-RO: O tarifaço anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros causou um terremoto político no Brasil. Entre críticas generalizadas do setor produtivo e reações imediatas da classe política, um posicionamento específico chamou atenção pelo grau de contradição: o do senador Confúcio Moura (MDB-RO).

Aliado histórico do presidente Lula e da esquerda brasileira, Moura se viu forçado a defender publicamente o agronegócio de Rondônia — setor que ele próprio, junto com a base lulista, costuma rotular como “agro fascista”. A reação do senador escancarou o desconforto de quem precisa aplaudir o setor que Lula e a esquerda combatem.

Nas redes sociais, Confúcio criticou duramente a decisão do ex-presidente americano, num tom que mais pareceu um ajuste de rota estratégica do que uma convicção espontânea.

“Sou totalmente contra esse tarifaço imposto pelo presidente americano ao Brasil!”, escreveu. E completou: “Vai prejudicar a cadeia produtiva, encarecer carne, café, milho e outros alimentos — e pesar no bolso do nosso agro”.

Para quem até outro dia acompanhava os ataques verbais da esquerda ao agronegócio — muitas vezes chamado por Lula e sua base de "fascista", "predador ambiental" ou “inimigo da democracia” e silenciava — a guinada do senador soa mais como ato de sobrevivência política do que mudança de opinião. Rondônia, onde o agro é motor da economia, não perdoaria omissão num momento de ataque externo.

Confúcio sabe que não há espaço para discurso ideológico quando os tratores movem a economia de seu estado. Mesmo desconfortável, viu-se obrigado a defender um setor que sua corrente política combate nos palanques, mas precisa nos bastidores.

Na tentativa de amenizar o conflito de imagem, concluiu sua postagem propondo uma saída diplomática, “sem prejuízos para nenhum setor”. Mas a cena já estava posta: um senador alinhado ao discurso anti-agro, obrigado a vestir o chapéu que tanto criticou — tudo em nome de votos, economia local e coerência institucional.

A publicação, embora politicamente calculada, expõe a contradição crescente da base aliada do governo federal: defender o agro com a boca, enquanto o apedreja com o punho cerrado e a língua afiada no parlamento.


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