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    porto velho, quinta-feira 7 de agosto de 2025

Corrida ao Senado embaralha tabuleiro político e pressiona partidos por definições

Outra possibilidade é sua migração para o PSDB, onde poderia compor uma aliança com o ex-prefeito da capital...


Redação

Publicada em: 05/08/2025 10:08:53 - Atualizado

PORTO VELHO-RO: As articulações para a eleição ao Senado Federal em 2026 já fervilham nos bastidores de Rondônia, com peças se movendo em silêncio e ameaças veladas de ruptura partidária. Em meio às costuras que moldam o futuro do cenário eleitoral, uma das federações mais estratégicas – União Brasil/Progressistas – se vê diante de um impasse que pode custar caro: a definição de um único nome para disputar a vaga senatorial.

Fontes próximas indicam que o governador Marcos Rocha deverá ser o escolhido para representar a federação, o que automaticamente empurraria a deputada federal Sílvia Cristina para fora do jogo interno. Presidente estadual do PP e com capital político em alta, Sílvia não pretende abrir mão da disputa e já dá sinais de que não aceitará ser preterida. Seu nome aparece com destaque nas principais pesquisas de intenção de voto e é considerado um dos favoritos à vaga.

Com o clima de tensão no ar, Sílvia deve se reunir esta semana, em Brasília, com o presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira. Levará um ultimato claro: ou tem a garantia de que será candidata, ou abandonará o partido. A decisão de saída, segundo interlocutores próximos, já está praticamente tomada, restando apenas a escolha do novo abrigo partidário.

Três legendas aparecem como opções viáveis. A mais cotada é o PSD, que articula uma chapa majoritária robusta com o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, como pré-candidato ao governo do Estado. Nessa composição, Sílvia Cristina assumiria o papel de candidata ao Senado, ao lado de pesos pesados que disputariam vagas à Câmara Federal, como o ex-prefeito Jesualdo Pires e o ex-senador Expedito Júnior. A construção tem potencial de abalar o equilíbrio de forças na sucessão estadual.

Outra possibilidade é sua migração para o PSDB, onde poderia compor uma aliança com o ex-prefeito da capital, Hildon Chaves, que deve encabeçar a chapa tucana ao governo. Nesse cenário, Sílvia agregaria densidade eleitoral ao projeto tucano, ampliando a competitividade da sigla. A terceira alternativa passa pelo Avante, liderado em Rondônia pelo ex-deputado Jair Montes. A parlamentar teve uma longa conversa com ele recentemente, demonstrando que mantém abertos todos os canais.

A definição da federação por apenas um nome – Rocha – cria um vácuo que pode alterar profundamente a formação de blocos eleitorais. Além de Sílvia, o senador Marcos Rogério também surge no radar com chances concretas de buscar a reeleição. O bolsonarismo pressiona fortemente sua candidatura ao Senado, sobretudo após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, fato que intensificou a necessidade de garantir maioria fiel no Senado a partir do próximo ano.

Aliados do ex-presidente avaliam que uma eventual candidatura de Marcos Rogério ao governo de Rondônia seria um risco elevado, já que ele não apresenta bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto para o Executivo estadual. A estratégia, portanto, é clara: blindar a reeleição do senador, consolidando uma bancada forte e combativa, em um momento crucial para a direita conservadora no país.

Com Rocha, Sílvia e Rogério praticamente garantidos na disputa, os partidos agora enfrentam o desafio de evitar conflitos internos e reorganizar suas fileiras para não perder ativos estratégicos. O tabuleiro político de Rondônia está em plena ebulição – e as próximas semanas prometem movimentos decisivos que definirão muito além do Senado.


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