PORTO VELHO-RO: O campo bolsonarista em Rondônia, antes visto como um bloco coeso e disciplinado, chega às eleições de 2026 completamente fragmentado. A disputa pelo Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual, escancara as fissuras e abre espaço para embates internos cada vez mais duros.

Na corrida pelo governo, três nomes ligados ao bolsonarismo se movimentam em faixas próprias: o vice-governador Sérgio Gonçalves tenta consolidar-se como herdeiro natural da atual gestão; o deputado federal Fernando Máximo aposta em sua imagem de médico ligado às pautas conservadoras; enquanto Adailton Fúria, prefeito de Ji-Paraná, e o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, despontam como alternativas de uma “terceira via” dentro do mesmo espectro ideológico.

Se no Executivo a disputa já é acirrada, no Senado a batalha promete ser ainda mais sangrenta. Sob a benção direta de Jair Bolsonaro, o senador Marcos Rogério foi escalado para tentar a reeleição. Mas dentro do próprio PL o clima é de guerra: seu colega de bancada, Jaime Bagattoli, demonstra disposição de entrar no páreo, aumentando a tensão dentro do partido.

E não para por aí. Outros conservadores também enxergam chance de conquistar uma das duas vagas disponíveis para Rondônia no Senado. Entre eles, a deputada federal Silvia Cristina, o delegado Lucas Camargo e o advogado Bruno Scheidt. O resultado é um tabuleiro confuso, onde aliados de ontem se tornam adversários de hoje.

O que se vê é um bolsonarismo dividido em múltiplas candidaturas, que podem acabar canibalizando votos e enfraquecendo a própria corrente política que dominou as últimas eleições no estado. O cenário rondoniense mostra, de forma emblemática, como a hegemonia bolsonarista enfrenta rachaduras internas e terá de passar por uma prova de fogo em 2026.