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    porto velho, segunda-feira 25 de agosto de 2025

Maurício Carvalho fecha os olhos para a greve dos professores e prioriza interesses familiares e empresariais

A postura do deputado é, no mínimo, contraditória. De um lado, ostenta o título de presidente da Comissão...


Redação

Publicada em: 25/08/2025 09:57:03 - Atualizado

PORTO VELHO-RO: Enquanto professores da rede estadual enfrentam dias de incerteza e desgaste em meio à greve organizada pelo Sintero, o deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil-Porto Velho) prefere olhar para o lado oposto.

Mesmo presidindo a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o parlamentar não demonstrou até agora qualquer esforço para intermediar o diálogo entre a categoria e o governo de Rondônia.

Na última semana, Maurício esteve no Palácio Rio Madeira para uma reunião com o governador Marcos Rocha. Porém, ao contrário do que se poderia esperar de alguém que ocupa um dos cargos mais estratégicos do Congresso na área da educação, sua pauta não foi o impasse da greve. O motivo da visita, segundo informações de bastidores, girou em torno de interesses pessoais: garantir à irmã, Mariana Carvalho, o comando da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e reforçar a influência da FIMCA — sua faculdade particular — junto ao Executivo estadual.

A postura do deputado é, no mínimo, contraditória, reclamam servidores da educação. De um lado, ele ostenta o título de presidente da Comissão de Educação em Brasília. De outro, demonstra total distanciamento das demandas dos professores rondonienses, muitos dos quais, seus eleitores, que lutam por melhores condições de trabalho e valorização profissional.

Não é difícil entender o silêncio. Proprietário de instituição privada de ensino superior, Carvalho age como empresário e não como representante da educação pública. Ao manter distância do movimento grevista, protege seus próprios interesses e os do setor patronal, deixando claro de que lado está: o das carteiras assinadas pela iniciativa privada, e não o das salas de aula superlotadas e mal remuneradas do ensino estadual.

A omissão do deputado diante de um conflito tão sensível expõe um grave descompasso entre o discurso e a prática. O que deveria ser prioridade — a defesa da educação pública de qualidade — é deixado em segundo plano diante de ambições familiares e empresariais. Enquanto isso, professores e alunos continuam arcando com o peso da paralisação e com o descaso de quem deveria estar à frente da solução.


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