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porto velho, terça-feira 26 de agosto de 2025
PORTO VELHO - RO - A criação da federação partidária entre União Brasil e PP, batizada de “União Progressista”, longe de produzir unidade, acendeu a disputa interna em Rondônia. Pelo acordo nacional costurado entre Antônio Ueda e Ciro Nogueira, cada legenda tem liberdade para lançar seus próprios nomes tanto ao governo quanto ao Senado, o que transforma aliados em concorrentes diretos.
O União Brasil já lançou o vice-governador Sergio Gonçalves ao Palácio Rio Madeira e indicou o governador Marcos Rocha para o Senado, fruto da paz no palácio selada entre ambos que estavam brigados.
O PP, por sua vez, aguarda a definição jurídica de Ivo Cassol que sairá nesta terça-feira, 26/08: se o ex-governador recuperar a elegibilidade, muda completamente o jogo e ele será candidato ao governo; se não, o partido concentrará suas forças na candidatura da deputada federal Silvia Cristina ao Senado, fato notório pelo seu trabalho em todo o estado.
O campo de batalha, no entanto, não se restringe à federação. Porto Velho pode lançar três nomes ao governo — Sergio Gonçalves, Hildon Chaves e Fernando Máximo — mas o peso eleitoral está no interior, que reúne quase um milhão de votos e aposta em nomes como Confúcio Moura, embora desgastado por remar contra a maré bolsonarista e Adailton Fúria, prefeito de Cacoal, ainda bastante desconhecido do grande púbico. A divisão da capital ameaça entregar a disputa ao bairrismo do interior.
Nesse cenário, a postura do ex-prefeito Hildon Chaves levanta dúvidas. Seu lançamento foi considerado tímido, a ausência de aliados estratégicos chamou atenção e sua base em Porto Velho sofre risco de esvaziamento diante da candidatura de Fernando Máximo. Nos bastidores, cresce a percepção de que a movimentação de Hildon pode ser apenas uma estratégia para negociar protagonismo à esposa, a deputada Ieda Chaves, em uma chapa majoritária.
Enquanto isso, adversários como Sergio Gonçalves, Confúcio Moura e Adailton Fúria já avançam na costura de nominatas e acordos regionais. Hildon, em contrapartida, aparece sem estrutura, sem adesões significativas e sem confiança de antigos aliados, como Maurício Carvalho e Mariana Carvalho, que, por enquanto, mantêm distância de seu projeto. O resultado é um quadro em que a federação, criada para somar forças, pode se tornar palco de uma disputa fratricida — e, no meio dela, se o jogo não mudar, Hildon Chaves corre o risco de terminar como mero figurante, mesmo tendo largado com sua candidatura antecipada.