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    porto velho, terça-feira 26 de agosto de 2025

“A docência é um ato de resistência”, afirma professora Walterlina Brasil

Docente da UNIR foi a entrevistada desta terça-feira (26)


Redação

Publicada em: 26/08/2025 13:08:35 - Atualizado


PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta terça-feira (26) recebeu a professora Walterlina Brasil, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Durante a entrevista, ela compartilhou reflexões sobre os desafios e a importância da educação superior no estado e no país.

Segundo Walterlina, a educação é um investimento de longo prazo, mas que precisa de planejamento sólido para gerar resultados efetivos.

“A educação sem dúvidas é um investimento de longo prazo, mas como projeto precisa ser bem planejada. Existe a educação formal, presente nas escolas; a informal, nas relações sociais do dia a dia; e a não formal, que o cidadão adquire ao longo de suas experiências pessoais”, destacou.

A professora também ressaltou que a educação deve ser incorporada à personalidade do indivíduo, e não apenas uma fachada social.

“Uma pessoa educada mostra mudança de comportamento. É por isso que educação ambiental, no trânsito e em outros campos é tão difícil. Muitos se mostram educados em público, mas não mantêm esse comportamento na vida privada”, afirmou.

Walterlina defendeu uma agenda permanente de valorização da carreira docente, sem que greves precisem ser a única forma de reivindicação.

“A valorização profissional precisa ser uma agenda efetiva. O plano de carreira já deveria ser uma realidade em todos os governos. As reformas feitas pelo Governo Federal não são compatíveis com o mundo atual”, criticou.

Ela também chamou atenção para o fenômeno conhecido como “blecaute docente”, caracterizado pelo desinteresse das novas gerações em seguir a carreira de professor.

“Na educação superior, o blecaute docente é uma realidade. Não se deve espetacularizar casos de violência contra professores, mas agir com prioridade para transformar esse cenário”, alertou.

Outro ponto abordado foi a crescente evasão dos alunos da UNIR, que, segundo Walterlina, hoje ocorre cada vez mais cedo na trajetória acadêmica.

“Antes, a evasão acontecia no sexto ou sétimo período. Agora, ocorre já no primeiro e segundo períodos. No terceiro, chegamos a 40% dos alunos evadindo. Isso mostra a necessidade de oferecer uma educação básica de qualidade para que o estudante chegue à universidade mais preparado e consciente de sua carreira”, explicou.

Encerrando a entrevista, Walterlina reforçou que a docência é um ato de persistência e resistência coletiva em defesa da democracia e da construção de um futuro melhor.

“A docência é um trabalho de resistência. É preciso ter um afeto muito grande pela democracia, porque é um processo coletivo. A educação deve ser construída com base sólida para que seja permanente”, finalizou.

Veja A Voz do Povo:


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