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porto velho, quinta-feira 16 de outubro de 2025
PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta quarta-feira (15) recebeu a docente da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), professora doutora Walterlina Brasil, em uma edição especial em homenagem ao Dia do Professor.
Atualmente professora universitária, Walterlina iniciou sua trajetória no ensino básico e dedicou grande parte de sua vida à educação. Durante a entrevista, ela explicou a origem da data comemorativa.
“O Dia do Professor começou com Dom Pedro II, mas foi o presidente João Goulart quem instituiu oficialmente a data em comemoração à nossa profissão. Na década de 40, em São Paulo, também havia um dia em que se debatia anualmente o trabalho dos professores”, relatou Walterlina.
Para ela, é necessário resgatar a liturgia da profissão docente como caminho para uma mudança efetiva no cenário educacional.
“Estamos vivendo um momento de extremos, principalmente na educação básica. Essa ausência da liturgia que a sala de aula possuía precisa ser recuperada para melhorar a qualidade do ensino e as condições de trabalho. A docência tem o compromisso da transmissão do conhecimento, não da educação familiar. O salário não define a qualidade do docente, mas pode atrair bons perfis”, afirmou.
A professora destacou ainda que a falta de professores qualificados gera mão de obra desqualificada, o que aumenta os custos do governo com formação e qualificação profissional.
“A ausência de perfis adequados ao mercado de trabalho obriga o governo a investir mais em capacitação. Nem sempre quem ingressa na profissão sente-se realmente atraído por ela. Não se pode contratar alguém que não tenha vocação e prazer em ser professor”, reforçou.
Walterlina também relatou as agruras enfrentadas pelos docentes da educação básica, como a indisciplina, a violência, as más condições de trabalho e a sobrecarga de horários.
“Na educação básica, o professor sofre com a indisciplina, a violência, as condições de trabalho precárias e a exaustão causada pelo planejamento fora do horário. Muitas vezes, isso tira o direito ao descanso nos fins de semana. O acompanhamento dos pais como forma de respeito precisa ser uma realidade”, comentou.
Encerrando a entrevista, Walterlina destacou que o comportamento do professor reflete diretamente no comportamento do aluno.
“Existe o estilo do professor. Dependendo de como ele se posiciona, pode ser o único que cobra horários e, ainda assim, ser visto como o errado pelos estudantes. Vivemos uma distopia. Se não houver consenso e compreensão de que a docência tem seu ritual, a situação continuará a mesma”, concluiu.
Veja A Voz do Povo: