PORTO VELHO (RO) - A bancada federal de Rondônia vive um dos seus momentos mais delicados desde a redemocratização. A menos de dois anos das eleições de 2026, cresce nos bastidores políticos a avaliação de que nenhum dos atuais deputados federais tem retorno garantido à Câmara dos Deputados em 2027 — e muitos deles, segundo analistas, sequer figuram hoje entre os favoritos à reeleição.

O cenário é considerado crítico. A chegada de novos nomes fortes, a reorganização de grupos regionais e, principalmente, a inércia da maioria dos atuais parlamentares, que não conseguiram se destacar em pautas relevantes ou conquistar protagonismo, contribuíram para fragilizar a bancada. O desgaste é perceptível tanto nos municípios quanto entre lideranças políticas tradicionais, que já buscam alternativas para renovar suas apostas.

Apesar do acesso a verbas, estrutura robusta de mandato e visibilidade nacional, vários deputados não conseguiram converter recursos e influência em resultados palpáveis para Rondônia. A percepção nos bastidores é de que muitos “ficaram devendo” e agora podem pagar a conta nas urnas, enfrentando forte rejeição ou, no mínimo, desmotivação do eleitorado.

Entre toda a bancada, uma única exceção se destaca: a deputada Silvia Cristina, que consolidou atuação firme na área da saúde pública e mantém forte conexão com a população — especialmente em pautas relacionadas ao tratamento oncológico, atenção básica e políticas de prevenção. Inicialmente cotada para buscar novo mandato na Câmara, Silvia já é tratada como competitiva e favorita na corrida pelo Senado, com amplo apoio regional.

O contraste entre o desempenho dela e o restante da bancada expõe o tamanho da crise de representatividade vivida por Rondônia. Enquanto Silvia Cristina constrói capital político com entrega de resultados e presença nos municípios, a maioria dos parlamentares acumula críticas pela distância do eleitorado e pela falta de protagonismo nas principais discussões nacionais.

Se o cenário atual se mantiver, Rondônia poderá viver uma renovação quase total na Câmara Federal em 2026 — algo raro, mas que hoje se desenha como uma possibilidade concreta e cada vez mais comentada nos bastidores políticos do estado.