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porto velho, sexta-feira 20 de junho de 2025
Quando ainda era ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello se reuniu no dia 11 de março com intermediários que ofereceram doses da CoronaVac pelo triplo do preço.
No contrato do governo federal com o Butantan, as doses saíram a US$ 10 cada. Mas, na mão dos intermediários recebidos pelo ex-ministro, o preço seria US$ 28 por dose.
De acordo com apurações da CPI da Covid, os intermediários são de uma empresa de Santa Catarina.
No vídeo, Pazuello diz que um intermediário identificado como John levou ao governo a oferta de compra de 30 milhões de doses da CoronaVac, fabricada na China pelo laboratório Sinovac e, no Brasil, por meio de parceria com a farmacêutica chinesa, pelo Instituto Butantan, de São Paulo.
Pazuello diz também que o encontro terminava com um memorando de entendimento já assinado e o "compromisso" do ministério de fazer o negócio.
"Nós estamos aqui reunidos no Ministério da Saúde, recebendo comitiva liderada pelo John. Uma comitiva que veio tratar da possibilidade de nós comprarmos 30 milhões de doses, numa compra direta com o governo chinês. E já abre também uma nova possibilidade de termos mais doses e mais laboratórios. Vamos tratar na semana que vem. Mas saímos daqui hoje já com memorando de entendimento assinado e com o compromisso do ministério de celebrar, no mais curto prazo, o contrato", afirmou o ministro no vídeo após a reunião.
O encontro com intermediadores de vacina contradiz uma fala do próprio Pazuello na CPI. À comissão, o ex-ministro disse que não negociava diretamente a compra de vacinas. Ele foi questionado pelos senadores se havia participado da negociação da Pfizer.
"Eu sou o dirigente máximo, eu sou o decisor. Eu não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo, não o ministro", disse Pazuello à CPI.