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    porto velho, domingo 13 de julho de 2025

Faculdade de Direito da USP organiza manifesto em defesa da democracia; leia íntegra

Para ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”


cnn

Publicada em: 26/07/2022 15:16:18 - Atualizado

A Faculdade de Direito da USP divulgou nesta terça-feira (26) um manifesto em defesa da democracia e do sistema eleitoral.

Batizado de “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, o documento deverá ser lido pelo ex-ministro do Supremo Celso de Mello durante evento em 11 de agosto, na USP. Na data é comemorado o Dia do Estudante.

Segundo o centro acadêmico XI de Agosto, entre os signatários estão os artistas Arnaldo Antunes e Chico Buarque e ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como Carlos Ayres Britto, Sepúlveda Pertence, Sydney Sanches, Celso de Mello e Carlos Velloso, além dos banqueiros Roberto Setúbal e Cândido Bracher, ex-presidentes do Itaú Unibanco.

O texto afirma que o Brasil passa por um momento de “perigo para a normalidade democrática” e faz uma comparação dos ataques ao sistema eleitoral brasileiro ao que chama de “desvarios autoritários” que puseram em risco a democracia nos Estados Unidos.

Embora a carta não cite Jair Bolsonaro (PL), o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou hoje que o manifesto é “contra” o presidente da República.

Pelo Twitter, Ciro Nogueira disse ainda que banqueiros podem assinar manifesto a favor da democracia porque “sabem que não serão perseguidos”. Em suas publicações, Ciro Nogueira critica a carta e se dirige a Bolsonaro em seu post.

“Presidente, sabe por que os banqueiros hoje podem assinar cartas inclusive contra o presidente da República, ao invés de se calarem com medo nos congelamentos de câmbio do passado? Porque hoje, graças ao desprendimento do poder do senhor e à visão de país do ministro Paulo Guedes, o Brasil passou a ter um Banco Central independente. Antes, o Banco Central podia ser o chicote ou o bombom dos governos para os banqueiros”, escreveu o ministro.

Nogueira escreve que os banqueiros “estão livres da perseguição”, mas lembra que o Banco Central “coloca em prática o PIX, que por ano transferiu mais de 30, 40 bilhões de reais de tarifas que os bancos ganhavam a cada transferência bancária e hoje é de graça”.

“Então, presidente, se o senhor faz alguém perder 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, não surpreende que o prejudicado assine manifesto contra o senhor. Mas os beneficiários, presidente, as dezenas de milhões de beneficiários do PIX vão assinar o manifesto deles também, no dia da eleição, apoiando o seu nome”, afirmou.


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