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porto velho, quinta-feira 10 de julho de 2025
A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianeri concedeu, em decisão na noite de quarta-feira (10), um prazo de dois dias para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) explique a reunião que teve com embaixadores de diferentes nações, no Palácio do Planalto. Na ocasião, colocou sob suspeita as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. A decisão ocorre após pedido do Ministério Público Eleitoral de que Bolsonaro seja multado por falas na reunião.
Na última quarta-feira (10), o MP entrou com uma representação contra o presidente pedindo, além de multa, a remoção de todos os vídeos em que o presidente fala com embaixadores sobre suspeitas infundadas em relação ao sistema eleitoral. O encontro em questão ocorreu no último dia 18.
Na ocasião, Bolsonaro disse que as urnas eletrônicas são passíveis de invasão e levantou suspeitas de fraude em eleições passadas, sem apresentar provas. Além disso, o presidente reclamou da atuação do presidente do TSE, Edson Fachin, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes e afirmou, entre outros pontos, que Fachin, em uma decisão monocrática e depois validada pelo plenário do STF, tornou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elegível.
Na representação, o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gustavo Gonet pede que Bolsonaro seja multado no valor de R$ 5.000 a R$ 25 mil por promover propaganda eleitoral antes do prazo permitido pela Lei das Eleições, que começa em 16 de agosto. No documento, ele ressalta que "liberdade de expressão não constitui um direito absoluto", e que quando se trata de comunicar fatos, essa liberdade "encontra limite na verdade".
Gonet lembra de uma transmissão ao vivo feita pelo presidente em julho do ano passado, ocasião em que afirmou que apresentaria provas de fraude nas eleições de 2018, mas que finalizou admitindo não ter provas.