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    porto velho, quarta-feira 12 de fevereiro de 2025

Nova tecnologia robótica pode acelerar diagnóstico de câncer de pulmão

Segundo pneumologista, o exame melhora a navegação local e alcança nódulos pulmonares com maior precisão do que feito tradicionalmente...


Gabriela Maraccinida CNN

Publicada em: 10/02/2025 18:24:02 - Atualizado

Foto: Reprodução

Uma nova tecnologia chamada broncoscopia assistida por robô pode acelerar o diagnóstico de câncer de pulmão, aumentando as chances de o tumor ser detectado em estágios iniciais. O robô atua como um GPS capaz de acessar áreas de difícil acesso do órgão de forma menos invasiva.

A broncoscopia tradicional consiste na visualização do aparelho respiratório por meio de um tubo com uma câmera na ponta. O procedimento serve para detectar tumores, obstruções, doenças infecciosas, coletar material líquido e biópsias, além de remover corpos e objetos estranhos das vias aéreas.

Com a assistência robótica, o exame melhora a navegação local e alcança nódulos pulmonares com maior precisão do que feito tradicionalmente, de acordo com o pneumologista Abubakr Bajwa, da Mayo Clinic, que esteve no Brasil no final de janeiro.

“Comparada à broncoscopia convencional, biópsias com agulha ou biópsias cirúrgicas do pulmão, a broncoscopia assistida por robô oferece diversas vantagens, como maior precisão, ser minimamente invasiva, melhor rendimento diagnóstico e maior controle e estabilidade”, explica Bajwa à CNN.

Como funciona a broncoscopia assistida por robô?

De acordo com Bajwa, a broncoscopia assistida por robô é feita em diferentes etapas:

Planejamento pré-procedimento: por meio de tomografia computadorizada, o médico cria um mapa em 3D dos pulmões do paciente, identificando nódulos suspeitos;

Navegação robótica: o robô ajuda na condução do broncoscópio profundamente nos pulmões, permitindo alcançar nódulos que, de outra forma, seriam de difícil acesso;

Coleta de tecido: uma ferramenta de biópsia é inserida pelo broncoscópio para extrair amostras de tecido para análise;

Imagem em tempo real: a fluoroscopia ou tomografia computadorizada garantem o posicionamento preciso do broncoscópio e das ferramentas de biópsia.

Tecnologia economiza tempo para o diagnóstico de câncer de pulmão

Um dos benefícios da broncoscopia robótica, segundo Bajwa, é a redução do tempo até o diagnóstico do câncer de pulmão, o que acelera, também, o tratamento e aumenta as chances de cura da doença.

“O câncer de pulmão em estágio inicial responde melhor à cirurgia, terapia-alvo e imunoterapia. Além disso, permite cirurgias minimamente invasivas e abordagens de medicina de precisão”, afirma o pneumologista. “Pacientes diagnosticados em estágios iniciais têm taxas de sobrevivência significativamente maiores do que aqueles diagnosticados em estágios avançados”, acrescenta.

Com a assistência robótica, a broncoscopia reduz o tempo até a detecção precoce ao evitar múltiplos procedimentos, ao coletar tecido para biópsia de forma mais rápida e ao possuir menor tempo de espera pelos resultados.

“Uma amostragem mais precisa diminui a necessidade de biópsias repetidas, permitindo uma avaliação patológica mais precoce e um diagnóstico mais rápido—potencialmente semanas antes do que pelos métodos convencionais”, explica Bajwa.

Pesquisadores estudam o uso da broncoscopia assistida por robô para tratamento de câncer

Cientistas da Mayo Clinic estão explorando novas maneiras de usar a broncoscopia assistida por robô para tratar nódulos e eliminar o câncer de pulmão. Bajwa explica que entre as potenciais aplicações da tecnologia no tratamento do tumor se destacam a entrega localizada de medicamentos.

“Pesquisadores estão investigando o uso de broncoscópios robóticos para administrar quimioterapia ou terapias direcionadas aos tumores pulmonares”, afirma o pneumologista.

Além disso, também está sendo analisada a colocação de marcadores para radioterapia com ajuda da tecnologia, tornando o tratamento mais direcionado.

“Atualmente, a maioria das estratégias de tratamento ainda depende de cirurgia, radioterapia e terapias sistêmicas, mas intervenções assistidas por robô podem se tornar uma opção viável no futuro”, finaliza.


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