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    porto velho, sexta-feira 21 de fevereiro de 2025

Dengue: pesquisadores desenvolvem nova tecnologia para controlar mosquitos

Segundo estudo, as armadilhas capturaram cerca de 70% dos ovos de mosquitos, incluindo Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus...


Gabriela Maraccinida CNN

Publicada em: 18/02/2025 16:05:36 - Atualizado

Foto: Reprodução

BRASIL - Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolveram uma isca capaz de capturar quase o dobro de ovos de mosquitos transmissores de doenças como dengue, zika, chikungunya e filariose. A nova tecnologia, produzida em parceria com a Universidade da Califórnia em Davis, se mostrou eficaz contra o Aedes aegypti e o Culex quinquefasciatus.

A ferramenta combina uma isca feita de extrato larval com o larvicida biológico Bacillus thuringiensis israelensis (Bti). Liderada pela pesquisadora do Departamento de Entomologia, Rosângela Barbosa, e com participação do pesquisador visitante da Fiocruz Pernambuco, Gabriel Faierstein, a equipe responsável pela inovação aprimorou a armadilha Double BR-OVT, que já é usada no controle de mosquitos, e foi desenvolvida, avaliada e patenteada pelo instituição.

O seu diferencial é a inclusão do extrato larval de Aedes aegypti, produzido a partir de larvas em estágio avançado, maceradas, filtradas e transformadas em isca líquida ou liofilizada. O larvicida Bti foi adicionado à mistura para garantir que a armadilha não se torne um criadouro do mosquito.

Em testes realizados no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, as armadilhas capturaram cerca de 70% dos ovos de mosquitos, enquanto as armadilhas tradicionais registraram menos da metade desse desempenho.

A tecnologia permite atrair e eliminar ovos antes que os insetos completem seu ciclo de vida, interrompendo o ciclo de transmissão de doenças.

“Essa técnica representa uma alternativa mais sustentável e segura para o controle de mosquitos, reduzindo a dependência de inseticidas químicos. Além de conter a população de vetores, ela também permite monitorar a densidade desses insetos, o que é fundamental para prevenir surtos de doenças”, destaca Gabriel Faierstein, em comunicado divulgado pela Fiocruz.

No entanto, apesar dos resultados promissores, ainda há desafios para a produção do extrato larval em larga escala, com a criação de biofábricas especializadas sendo necessária para atender uma demanda maior.


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