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porto velho, terça-feira 1 de julho de 2025
BRASIL: A nomeação do ministro Alexandre de Moraes como relator da ação que discute a legalidade da derrubada, pelo Congresso Nacional, de decretos presidenciais que elevavam o IOF provocou reações negativas tanto no Palácio do Planalto quanto entre lideranças do Centrão.
A definição ocorreu após o presidente do STF(Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, atender a um pedido do ministro Gilmar Mendes para que o caso fosse redistribuído, com base no critério de prevenção. Moraes já é o relator de outra ação que trata do mesmo tema, movida pelo PL.
A relatoria de Moraes era prevista nos bastidores do STF. Ministros e assessores sinalizavam, na semana anterior, que haveria tendência pela unificação dos processos.
A decisão foi fundamentada na conexão entre os objetos das ações do PSOL e do PL, ambas relacionadas aos decretos do Governo Federal que alteraram as alíquotas do IOF. A redistribuição buscou evitar decisões contraditórias em ações com alto grau de afinidade temática.
A expectativa, no entanto, era diferente entre os principais atores políticos, conforme apurou o Portal iG. No Congresso, lideranças do Centrão demonstraram preferência pelo ministro André Mendonça como relator.
O grupo não associa a atuação de Moraes neste caso à sua postura em processos relacionados aos atos de 8 de janeiro, mas esperava um nome que considerasse mais alinhado com os interesses parlamentares.
No Governo Federal, o descontentamento também se manifestou. O Palácio do Planalto esperava que a relatoria ficasse sob responsabilidade de Gilmar Mendes ou Luís Roberto Barroso, considerados, internamente, com maior familiaridade em temas de natureza econômica.
Moraes, embora próximo do núcleo político do Executivo, é identificado principalmente por sua atuação em pautas relacionadas à segurança pública.