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    porto velho, segunda-feira 13 de outubro de 2025

Polícia localiza e fecha fábrica clandestina de bebidas que usava etanol ‘batizado’

Polícia localiza e fecha fábrica clandestina de bebidas que usava etanol ‘batizado’


terra

Publicada em: 10/10/2025 16:44:40 - Atualizado


A Polícia Civil fechou nesta sexta-feira, 10, uma fábrica clandestina de bebidas em São Bernardo do Campo que usava etanol ‘batizado’ com metanol e distribuía os produtos adulterados a outros estabelecimentos comerciais. O espaço foi localizado em meio à investigação da morte da primeira vítima por intoxicação por metanol.

Essa primeira vítima fatal passou mal em 12 de setembro e morreu quatro dias depois. O bar onde o homem consumiu a bebida alcóolica foi vistoriado e as equipes apreenderam nove garrafas. Em oito delas foi detectada a presença de metanol, com percentuais de 14,6% a 45,1%.

Uma mulher foi presa praticando o crime de adulteração de bebidas. Já seu marido, que também participava da adulteração, não foi encontrado no local e segue foragido. Segundo o governo de São Paulo, ele já foi preso anteriormente por falsificação de produtos destinados a fins alimentícios.

O dono do bar em questão, onde a vítima tomou a bebida adulterada, confessou ter comprado as garrafas da distribuidora não autorizada. Essa fábrica utilizava etanol de posto de combustíveis na fabricação irregular de bebida junto com metanol, constatou a polícia.

“Essa concentração é muito grande”, disse o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, em coletiva de imprensa sobre a operação. “Nossa suspeita é de que esses casos que geraram lesões gravíssimas e mortes, que eles tenham adquirido metanol do mesmo posto”.

“O que está acontecendo agora é uma crise aguda, com muitos casos aparecendo de repente. Os casos que vieram à tona apresentam alta concentração de metanol, encontrados nesse etanol de um posto de combustível, que foi utilizado para adulteração da bebida. A nossa linha de investigação é essa”, complementou o secretário.

Cinco mortes confirmadas
Cinco mortes por intoxicação por metanol estão confirmados no Estado de São Paulo, segundo boletins do Governo de São Paulo e do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira, 8. Há ainda outros 19 casos confirmados pelo Brasil -- sendo 15 em São Paulo, 3 no Paraná e 1 no Rio Grande do Sul.

A maior parte das mortes foi registrada na capital paulista, sendo três homens de 54, 46 e 45 anos. Entre as vítimas fatais por intoxicação por metanol também estão uma mulher de 30 anos, de São Bernardo do Campo, e um homem de 23 anos, de Osasco.

No total, há 235 casos em investigação, com 11 óbitos: 1 em Mato Grosso do Sul, 3 em Pernambuco, 1 na Paraíba e 6 em São Paulo.

Ao Terra, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que em dois lotes de bebidas destiladas analisados pelo Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Científica de São Paulo, a perícia apontou que houve adição de metanol. Ou seja, a substância presente nas bebidas em questão não foi produto de destilação natural.

Os laudos periciais concluídos pelo IC estão sendo encaminhados para a Polícia Civil a fim de subsidiar as investigações que já estão em andamento. “A Polícia Científica trabalha 24h nas perícias de constatação e concentração das amostras apresentadas pela Polícia Civil, assim como na análise documentos, de rótulos e lacres dos recipientes”, complementou a SSP.


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