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porto velho, quinta-feira 16 de outubro de 2025
BRASIL: Uma mulher disse ter sido estuprada por um policial militar do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), localizado em Cabo de Santo Agostinho, na rodovia PE-060. O caso ocorreu no último fim de semana, após ela, que não quis divulgar sua identidade, ser abordada em uma blitz pelos agentes militares. Segundo relatado pela advogada Maria Júlia Leonel, os policiais alegaram haver débitos referentes ao veículo e um deles a chamou para dentro do posto policial.
Aos colegas, o homem teria dito que a mulher queria beber água. "Ela estranhou porque em nenhum momento ela pediu água. E ela foi acompanhando o policial, acreditando que seria pra fazer aí os procedimentos decorrentes da apreensão do veículo", contou a advogada.
Dentro do posto, o agente teria tentado penetrar a mulher, que não deixou. Ainda assim, ele a forçou a praticar sexo oral nele. "Quando finalizou o ato de violência, ele pediu que ela tomasse dois copos de água pra retirar ali qualquer vestígio. E mandou que essa mulher fosse embora", complementou Maria Júlia Leonel.
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, disse que o policial militar suspeito do ato já foi afastado das atividades nas ruas, assim como a equipe que o acompanhava. A advogada, porém, questiona tal informação.
Segundo Maria Júlia Leonel, na terça-feira, 14, a vítima compareceu à Polícia Judiciária Militar para tentar identificar o militar que a teria estuprado. Lá, elas descobriram que dos três policiais que estavam na ocorrência, só dois estavam presentes; o terceiro estaria de licença médica por ter sofrido um acidente no dia anterior. De acordo com a advogada, a vítima não conseguiu reconhecer o suspeito.
"A gente ficou sabendo pela imprensa que o secretário de Segurança Pública disse que o policial acusado havia sido afastado. O que, na realidade, a gente não tem conhecimento disso. Isso não consta oficialmente, nem no inquérito. Então, a única coisa que a gente tem sobre afastamento é sobre esse terceiro policial que estaria de licença médica. A não ser que ele tenha confessado integralmente, em segredo, para o secretário. Mas, oficialmente, nós não temos isso em nenhum dos inquéritos", expõe a advogada.
Ela complementou que os policiais que compareceram à Polícia Judiciária Militar não aceitaram espontaneamente fornecer material genético para as investigações.