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porto velho, quarta-feira 23 de julho de 2025
PORTO VELHO - RO - O governo estadual decidiu agir rapidamente após vir à tona que a Polícia Federal investiga possíveis irregularidades na destinação de verbas públicas de publicidade institucional.
O foco da apuração recai sobre a atuação da agência de publicidade responsável por gerir a conta oficial do Executivo, sob a suspeita de beneficiar veículos de comunicação de fachada — os chamados “sites fantasmas” — e páginas com pouca ou nenhuma audiência comprovada.
Com a repercussão da investigação, a Superintendência de Gestão de Gastos Públicos Administrativos (Sugesp) determinou, em caráter emergencial, a substituição da agência contratada, promovendo a entrada da agência PNA para assumir a conta governamental. A troca foi oficializada na terça-feir, 22, após a revelação de que havia inquérito instaurado para apurar os supostos favorecimentos.
Fontes ligadas à investigação confirmam que a Polícia Federal busca entender o direcionamento dos recursos públicos, especialmente os critérios utilizados para distribuição das verbas entre os veículos beneficiados. As denúncias iniciais indicam que contratos teriam sido firmados com portais sem critérios técnicos de alcance, audiência ou relevância social — o que levanta suspeitas de conchavos políticos e desvio da finalidade institucional da publicidade pública.
Apesar da gravidade dos indícios, tanto a investigação policial quanto a apuração interna no Executivo correm sob sigilo. O objetivo é evitar interferências externas e assegurar o avanço das diligências.
A rápida substituição da agência de publicidade, embora ainda sem explicações oficiais detalhadas, sinaliza que o governo tenta se antecipar a eventuais desdobramentos e críticas públicas, em meio ao clima de desconfiança gerado pela investigação.
Entidades da sociedade civil e representantes do setor de comunicação pedem transparência e critérios mais rigorosos na escolha dos veículos contemplados com verba pública, defendendo que apenas canais com comprovada audiência, credibilidade e serviço público sejam beneficiados. O caso segue em apuração.