PORTO VELHO - RO - A escolha do governador Marcos Rocha para a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em substituição ex-titular da pasta, Ana Pacini, caiu como uma bomba no meio político. A constatação se dá nos bastidores do Poder Legislativo estadual.

A nomeação da professora Albaniza Batista de Oliveira, até então uma figura praticamente desconhecida fora da comunidade escolar da Escola Estadual Maria Carmosina Pinheiro, surpreendeu aliados, deputados e até assessores de confiança do Palácio Rio Madeira.

Nos bastidores, há mais de uma semana da nomeação, o clima ainda é de desconforto, revelam fontes do Rondonoticias. Parlamentares da base aliada, insatisfeitos, aguardavam mudanças em secretarias estratégicas, como DER, Sejucel e Sesdec, em cumprimento aos acordos firmados com o União Brasil. Em vez disso, o governador optou por mexer na Educação e colocou uma professora sem histórico de atuação política à frente de uma das pastas mais sensíveis do Estado.

A articulação que levou Albaniza ao cargo teria sido patrocinada pelo empresário Everton Leoni, com aval direto de Rocha. Para muitos aliados, o gesto foi interpretado como um recado de que o governador continuará priorizando decisões pessoais, ainda que isso desagrade partidos da base.

O meio educacional também foi pego de surpresa. Dirigentes sindicais e gestores escolares dizem conhecer pouco sobre a nova secretária e aguardam seus primeiros atos para avaliar se a escolha representa um avanço ou um retrocesso na política educacional.

Analistas políticos apontam que a nomeação pode tensionar a relação de Rocha com os deputados, sobretudo os aliados, que esperavam maior participação nas indicações do governo. “É um movimento ousado, mas arriscado”, disse um experiente articulador político ouvido pela reportagem.

Um parlamentar que pediu reservas na citação de seu nome, disse ao Rondonoticias que, sequer, o governo 'fez o favor' de colocar o currículo da nova 'ungida' na Seduc, para que saibamos de fato quem ela é, e se reúne capacidade para exercer tão alto cargo.

Reservado, o governador não deu explicações públicas sobre os critérios da escolha. O tempo dirá se a professora desconhecida será capaz de conduzir a Seduc em meio às pressões políticas e aos desafios da educação rondoniense.