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porto velho, quinta-feira 23 de outubro de 2025
PORTO VELHO - RO - Mesmo fora do poder há 08 anos e respondendo a processos na Justiça, o ex-governador e ex-senador Ivo Cassol-PP continua sendo uma das figuras mais influentes da política rondoniense. A cada novo ciclo eleitoral, seu nome volta ao centro das articulações, como se o tempo e as decisões judiciais não tivessem apagado sua força junto ao eleitorado e às lideranças políticas do Estado.
Prova disso é que, às vésperas da disputa de 2026, Cassol tem recebido a visita de diferentes pré-candidatos interessados em ouvir seus conselhos e, possivelmente, conquistar seu apoio. O prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, já esteve com ele e recentemente declarou se Cassol saísse candidato, ele ‘jogaria a toalha’.
O ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves-PSDB, também manteve conversas. E, mais recentemente, foi a vez do senador Marcos Rogério (PL) e do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) se deslocarem até a fazenda do ex-governador, próxima a Rolim de Moura, para um encontro político regado a churrasco e sorrisos. A imagem dos três, com o tradicional “positivo” — gesto característico de Cassol —, viralizou nos bastidores.
A cena reforça o que as pesquisas já indicam: se estivesse liberado para disputar as eleições, Cassol ainda seria o nome preferido de boa parte do eleitorado rondoniense para o Governo do Estado. Mesmo sem mandato desde 2018, quando perdeu o cargo de senador, ele segue como referência para políticos de diferentes espectros ideológicos.
Desde que deixou o Palácio Getúlio Vargas em abril de 2010, Cassol não voltou a exercer função pública no executivo. Ainda assim, seu estilo popular, o discurso direto e o histórico de obras durante suas gestões mantêm viva a imagem de um líder carismático, identificado com o eleitor comum.
Analistas políticos apontam que esse fenômeno se explica pela combinação de fatores: o capital simbólico acumulado durante seus dois mandatos como governador, a forte presença no interior do Estado e a percepção, entre muitos eleitores, de que foi vítima de um processo injusto. Esse conjunto de elementos mantém o “mito Cassol” ativo, mesmo sem palanque e sem partido definido.
Com a aproximação das eleições de 2026, o chamado “efeito Cassol” volta a pautar as estratégias dos principais pré-candidatos. Ninguém quer estar contra ele — e todos, de alguma forma, buscam estar por perto. Em Rondônia, Cassol pode até estar fora do jogo, mas continua sendo o jogador que mais influencia o tabuleiro político.