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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
Em uma nova operação antiterrorista, a polícia da Itália prendeu cinco suspeitos de participarem da mesma rede de terrorismo de Anis Amri, autor do massacre no mercado de Natal em Berlim, em 2016, morto em Milão no dia 23 de dezembro do mesmo ano.
A ação foi organizada pelos agentes da Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) e cumpriu um mandado de prisão contra quatro tunisianos e um palestino que estavam entre Roma e Latina, na região do Lazio.
"Nós evitamos o que a partir da fase de radicalização acabaria em uma atividade terrorista. Não há elemento concreto que faça pensar na preparação de um ataque, mas há elementos que fazem pensar que estavam se preparando para isso", disse o promotor Sergio Colaiocco.
Durante a operação, foram encontrados 31 vídeos no tablete de Adbel Salem Napulsi, o autoproclamado palestino, detido pelo Ministério Público de Roma pelo crime de formação para fins terroristas. Entre os filmes há um relacionado ao uso de um lançador de foguetes Rpg7.
Segundo os investigadores, o suposto terrorista também realizou uma série de pesquisas para procurar armas, caminhões ou caminhonetes. Além disso, no equipamento havia vídeos sobre o califado na Síria e propagandas do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Todos os detidos foram indicados pelos crimes de atividades com o objetivo de terrorismo internacional e associação criminosa visando falsificar documentos e facilitar a imigração ilegal.
A polícia italiana ainda informou que entre os homens há um tunisiano que tentou obter documentos falsos para Amri para que ele deixasse a Itália antes de ser abatido. Os outros quatro são acusados de terem levado ao país europeu mais de 100 imigrantes ilegais, para quem forneceram os documentos falsos, na tentativa de continuar as ações terroristas em outros países.
Ao todo, 20 pessoas são investigadas pelo Ministério Público. A maioria que reside em Latina está sendo monitorada desde o ataque em Berlim. Durante uma coletiva de imprensa, que contou com a presença dos líderes da Digos de Roma e de Latina, o vice-promotor do caso, Francesco Caporale, explicou que os suspeitos "tinham diferentes níveis de radicalização".
Além das prisões, uma série de buscas estão sendo feitas em Roma, Latina, Caserta, Nápoles, Matera e Viterbo. Ontem (28), o ministro do Interior da Itália, Marco Minniti, anunciou o reforço das medidas de segurança em áreas de grande concentração de pessoas e em locais que devem receber fiéis para as celebrações de Páscoa.
A iniciativa foi tomada depois que as autoridades prenderam um egípcio e um ítalo-marroquino suspeito de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico.