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porto velho, segunda-feira 24 de fevereiro de 2025
MUNDO: Não há água potável nas favelas do bairro de Chanakyapuri, em Délhi. São 49,9ºC – a temperatura mais quente já registrada.
O sol brilha nos telhados de zinco dos barracos. Pessoas desesperadas esperam que a água potável seja entregue.
Quando chega, há caos.
Dezenas de pessoas correm para o caminhão, algumas até subindo nele para jogar canos, empurrando-os para encher seus recipientes com água. A regra é: o primeiro a chegar será o primeiro a ser servido, e muitas pessoas ficam de fora.
Mãe de seis filhos, Poonam Shah é uma dessas pessoas.
“Há 10 pessoas na minha família – seis filhos, eu e meu marido, meus sogros, parentes vêm às vezes – podemos todos tomar banho em um balde de água?” ela pergunta.
Hoje a família dela pode não ter nem um balde. Poonam estava trabalhando em sua barraca de comida de rua quando o caminhão-pipa chegou. Ela tentou voltar correndo para buscá-lo – mas era tarde demais, a água havia acabado.
“O que devemos fazer? Não há água. Eu trabalho numa loja, não tem água lá. Mas esqueça a loja, não temos água para os nossos filhos.”
Ela agora tentará comprar água – custará até metade dos US$ 3 que ela normalmente ganha por dia vendendo samosas (comida típica indiana) e outros lanches.
À medida que o calor recorde atinge o norte da Índia, o governo de Délhi foi forçado a racionar o fornecimento gratuito de água. Anteriormente, o bairro de Poonam recebia de duas a três entregas de caminhões-tanque por dia. Agora é só esse.
As temperaturas em Délhi têm oscilado acima de 40ºC na última semana, e na terça-feira atingiram o máximo histórico de 49,9ºC em uma área da capital, de acordo com o Departamento Meteorológico Indiano.