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    porto velho, quinta-feira 18 de dezembro de 2025

Rondônia mantém indefinição na disputa por Governo e Senado

Mesmo inelegível no momento, o ex-governador Ivo Cassol segue como fenômeno político, aparecendo em sondagens...


Redação

Publicada em: 18/12/2025 09:38:57 - Atualizado

Imagem: CHATGPT

PORTO VELHO-RO: A menos de um ano do próximo pleito, o cenário político de Rondônia permanece marcado por indefinições, recuos e articulações cautelosas tanto para o Governo do Estado quanto para as duas vagas ao Senado Federal. Nomes que surgiram com força no início do ano já ficaram pelo caminho, enquanto novas possibilidades são ventiladas nos bastidores, ainda sem definições concretas.

Entre as pré-candidaturas que perderam viabilidade está a do ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves-PSDB. Hildon deixou a prefeitura com aceitação lá em cima e foi o primeiro a anunciar publicamente a intenção de disputar o Governo, chegou a ser citado como potencial nome para o comando do Centro Político Administrativo (CPA), mas não conseguiu consolidar apoios suficientes e acabou abandonando o projeto.

Em sentido oposto, surgem novos nomes, como o do coronel Braguim, que desponta com respaldo significativo entre militares e, por isso, já começou a receber ataques de opositores que disputam o seu mesmo naco de votos. Caso confirme a candidatura, precisará se afastar da carreira militar, marcando sua estreia em disputas majoritárias.

Mesmo inelegível no momento, o ex-governador Ivo Cassol segue como fenômeno político, aparecendo em sondagens eleitorais, sustentado por um eleitorado fiel que mantém seu nome em evidência no debate político estadual.

O deputado federal Lúcio Mosquini, que presidiu o MDB no estado e deixou a legenda em meio a divisões internas, também foi citado como possível candidato ao Governo. A pré-candidatura, no entanto, perdeu força, e hoje Mosquini pouco aparece nas articulações políticas e na mídia, inclusive sem definição clara sobre uma eventual tentativa de reeleição.

Já o vice-governador Sérgio Gonçalves depende de uma eventual renúncia do governador Marcos Rocha-União Brasil, para assumir o comando do Estado e fortalecer um projeto eleitoral. Gonçalves tem buscado espaço no debate público por meio de entrevistas e discursos voltados à gestão e ao desenvolvimento econômico, mas ainda enfrenta o desafio de ampliar sua penetração junto às camadas populares.

Já o governador Marcos Rocha pode ter cometido um erro de percurso em não ter uma sigla partidária sob seu comando e agora depende de um partido para disputar a eleição ao Senado. Com muitas entregas feitas em todo Estado, Rocha 'anda da sala para cozinha', sem saber se vai ou se fica.

No Senado, o quadro também é instável. Os senadores Confúcio Moura-MDB e Marcos Rogério-PL ainda não definiram se disputarão a reeleição ou se poderão integrar chapas majoritárias ao Governo, figurando em pesquisas para diferentes cargos.

Confúcio, aliado ao governo Lula, enfrenta forte rejeição no Estado fracamente Bolsonarista. E Rogério, que diz herdeiro do espólio do ex-presidente, apesar de aparecer em pesquisas, não sabe dizer o que pretende no futuro.

O ex-senador Acir Gurgacz-PDT também é citado como pré-candidato, mas sua situação jurídico-eleitoral segue indefinida. Ele permanece vinculado ao campo progressista liderado por Confúcio Moura, na chamada ‘Caminhada da Esperança’, que patina e enfrenta dificuldades de mobilização em um eleitorado majoritariamente alinhado ao bolsonarismo.

O deputado Delegado Camargo, do Republicanos, aparece no debate público sobretudo por críticas recorrentes ao governo estadual. Sua atuação, no entanto, tem sido marcada mais por episódios de confronto e repercussão negativa do que por propostas consistentes.

Em contraste, a deputada federal Sílvia Cristina desponta como um dos nomes mais fortes ao Senado. Com atuação destacada na área de combate ao câncer, tem registrado crescimento expressivo de popularidade e hoje é considerada favorita a uma das vagas.

Também são lembrados a ex-deputada federal Mariana Carvalho, que anda apagada no cenário político, com pouca ou nenhuma movimentação para dizer o que pretende, e o deputado federal Fernando Máximo-União, que enfrenta questionamentos decorrentes de inquérito relacionado a compras supostamente superfaturadas, realizadas durante a pandemia, fator que pode pesar em eventual disputa majoritária. Um verdadeiro esqueleto em seu armário político.

Fecha a lista o pecuarista Bruno Scheidt, ligado ao PL, que afirma contar com apoio de lideranças nacionais, mas cuja projeção política ainda é restrita à região de Ji-Paraná. Ou seja, um ilustre desconhecido no Estado.

Com muitos nomes em circulação e poucas definições consolidadas, o cenário eleitoral de Rondônia permanece aberto. As convenções partidárias e os próximos meses deverão ser decisivos para a formação das chapas e a consolidação das candidaturas ao Governo do Estado e ao Senado Federal.


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