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    porto velho, sábado 8 de novembro de 2025

Presidente Donald Trump inclui cobre e urânio entre minerais críticos; Brasil deve repetir

Setor nuclear pressiona por espaço na Política Nacional dos Minerais Críticos


cnn

Publicada em: 07/11/2025 17:13:03 - Atualizado

MUNDO: O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (7) uma nova lista de minérios e metais classificados como “críticos ou estratégicos” para a economia e a segurança nacional.

É a terceira atualização desde a criação da lista, em 2017. Desta vez, foram adicionados dez novos minerais, entre eles, urânio, cobre e carvão metalúrgico.

Também passaram a integrar o documento boro, chumbo, fosfato, potássio, rênio, silício e prata, após recomendação do Serviço Geológico dos Estados Unidos.

    Segundo o Departamento do Interior dos EUA, a nova lista “visa reduzir a dependência de adversários estrangeiros, expandir a produção doméstica e liberar a inovação americana”.

    No Brasil, a tendência é semelhante. Fontes do governo, do Congresso e de mineradoras ouvidas pelo CNN Money afirmam que cobre e urânio também devem ser incluídos na versão final da Política Nacional de Minerais Críticos, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

    Dados da IEA (Agência Internacional de Energia) indicam que a demanda por cobre deve crescer cerca de 30% até 2040.

    O cobre é utilizado como base em praticamente todos os produtos ligados à eletrificação, em componentes de veículos elétricos, cabos e equipamentos de energia.

    Seguindo esse movimento, a Vale, maior mineradora da América Latina, anunciou no final de outubro que pretende dobrar sua produção de cobre.

    “A Vale hoje está fazendo 350 mil toneladas de cobre e a gente colocou um plano de chegar a 700 mil toneladas de cobre, dobrando", disse Gustavo Pimenta, presidente da Vale, durante painel na Exposibram, um dos principais eventos do setor mineral na América Latina, que reúne grandes mineradoras, representantes do governo e lideranças políticas.

    Paralelamente, a indústria nuclear pressiona o governo por maior protagonismo na nova política mineral.

    O texto da Política Nacional de Minerais Críticos — que deve prever diversos incentivos fiscais e financeiros — também é visto como uma oportunidade para fortalecer a transição energética e integrar o setor nuclear a essa agenda.

    Além de o urânio ser utilizado na geração de energia nuclear, considerada uma fonte limpa e estável, o processo de separação e beneficiamento de terras raras e de alguns minerais críticos envolve etapas radioativas, o que naturalmente aproxima a pauta mineral das competências do setor nuclear.

    Nesse contexto, entidades públicas e representantes da indústria nuclear têm atuado nos bastidores para que o governo inclua regras claras de regulação e cooperação técnica.

    O objetivo é reconhecer a importância do segmento tanto para a segurança energética quanto para o desenvolvimento tecnológico e industrial do país.

    Hoje, esses dois minérios já são classificados pelo Ministério de Minas e Energia, desde 2023, como estratégicos. No entanto, ainda não há uma política estruturada de regulamentação e estímulo voltada aos minerais críticos no Brasil.


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