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porto velho, sexta-feira 7 de novembro de 2025

PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta sexta-feira (7) recebeu o presidente da Marquise Ambiental, Hugo Nery, que falou sobre a atuação da empresa — responsável por décadas pela coleta de lixo em Porto Velho (RO).
De acordo com Hugo Nery, a Marquise Ambiental é uma empresa com 50 anos de existência, sendo mais de 30 anos de atuação direta em Rondônia. Para ele, a recente crise na coleta de lixo da capital deixou evidente a complexidade do serviço.
“O Grupo Marquise tem 50 anos e, só em Porto Velho, são 35 anos de atuação na área de gestão de resíduos — uma atividade que muita gente pensa que é simples, mas os cidadãos estão vendo que não é. Somos a terceira maior empresa desse setor em todo o Brasil e a primeira a realizar uma Parceria Público-Privada. Atuamos em vários lugares, sempre com excelência”, afirmou Hugo Nery.
O empresário comentou ainda sobre o período em que a Marquise operou com contratos precários e o processo que levou à celebração de um novo contrato completo, aprovado em licitação regular.
“Há quinze anos houve um processo para a formação de uma PPP, que acabou sendo desfeito. Desde então, a Marquise atuou de forma precária por mais de dez anos em Porto Velho. Hoje, não se fala mais em lixo — e sim em matéria-prima. Houve uma convocação de projetos e o que apresentamos foi o vencedor, após amplo debate com a sociedade e as autoridades competentes”, destacou.
O diretor da Marquise também falou sobre o impasse judicial que vem colocando o serviço de coleta de lixo na berlinda.
“A prefeitura realizou a licitação, o TCE pediu a suspensão, a prefeitura recorreu à Justiça e nós saímos vencedores do trâmite. Depois disso, o processo foi judicializado novamente, com o nosso afastamento e a entrada de uma empresa contratada de forma emergencial. Hoje, estamos na expectativa de retornar. Existem recursos na Justiça para o nosso retorno, e estamos aguardando a decisão. Houve um entendimento de segunda instância que autorizou uma empresa a atuar de forma emergencial, o que já estamos contestando judicialmente”, relatou Nery.
Hugo Nery ressaltou a estrutura operacional da empresa e a logística envolvida na coleta de resíduos sólidos.
“Temos cerca de 150 equipamentos para a coleta, uma estrutura totalmente adequada. A prova disso é que a população jamais reclamou do nosso trabalho. É preciso estudar a cidade: o nosso serviço é pura logística, um transporte de carga. Isso exige conhecimento técnico e adaptação dos equipamentos às peculiaridades de cada região”, explicou.
Segundo o presidente, o cumprimento rigoroso do calendário de coleta sempre foi uma marca da empresa.
“É óbvio que falta um trabalho de educação ambiental, mas tudo é um passo de cada vez. Pergunte a qualquer cidadão se ele sabe o dia em que a Marquise coleta o lixo na sua rua — ele saberá. Nossos caminhões são fiscalizados ao longo de toda a trajetória”, disse.
Outro ponto abordado por Nery foi a previsão de construção de um centro de tratamento de lixo em Porto Velho.
“Hoje, a Marquise não tem responsabilidade sobre o tratamento. A prefeitura contratou uma empresa privada para isso e deve fiscalizar a execução. O que posso dizer é que, no projeto que foi cancelado, havia a previsão de um centro de tratamento que ficaria como patrimônio do município ao final do contrato de 30 anos”, explicou.
Hugo Nery também comentou sobre o relacionamento institucional com o prefeito Léo Moraes.
“Temos total respeito pelo gestor público. Entendemos que ele precisa resolver a questão do nosso contrato, mas acreditamos que a troca de empresa não é a solução adequada. Não vejo uma forçação de barra para nos retirar, mas há uma insegurança sobre a continuidade da Marquise”, concluiu.
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