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Capitão de submarino desaparecido disse à mãe que faria 'última viagem'


OGlobo

Publicada em: 23/11/2017 16:15:22 - Atualizado

MUNDO- O capitão do submarino ARA San Juan, Pedro Martín Fernández, prometeu a sua mãe que faria sua última viagem na embarcação e então trabalharia em terra firme, contou Emma Nelly Juárez ao jornal local "La Gaceta". Casado e pai de três filhos, Fernández tem 45 anos e é um dos 44 tripulantes desaparecidos, cuja busca desesperada concentra esforços de vários países. Nesta quinta-feira, a Marinha argentina confirmou uma possível explosão no mesmo dia e local onde o submarino perdeu a comunicação.

Fernandéz passou toda sua infância e parte da adolescência em San Miguel de Tucumán, maior cidade e capital da província de Tucumán, até começar a carreira militar. Na casa materna do capitão, familiares, amigos e vizinhos vivem momentos de incerteza e angústia. Todos tentam confortar sua mãe Emma, de 80 anos, que nas últimas horas entrou em estado de choque emocional devido à situação dramática.

— Ele viajou pelo mundo todo e navegou duas vezes com a Fragata Liberdade — recorda Emma com orgulho ao "La Gaceta". — Ele me contou que essa iria ser sua última viagem no submarino. Depois trabalharia em terra.

Segundo a mãe do capitão, ele sempre quis ser militar e se preparou para entrar para o Exército, mas uma lesão durante uma partida de rúgbi o fez mudar para a Marinha. Ao jornal, Emma contou que esperava com ansiedade as visitas de seu filho, a nora e os três netos nas férias de julho e em dezembro para as festas de fim de ano. Há nove anos, Fernandéz morava em Mar del Plata com sua mulher, que conheceu quando tinha 14 anos na escola em que estudavam.

DOR E INDIGNAÇÃO

Os parentes dos 44 membros da tripulação do submarino desaparecido há oito dias no Atlântico Sul reagiram com dor e indignação ao relatório divulgado nesta quinta-feira pela Marinha argentina sobre uma explosão no mar no dia do último contato com a embarcação. Quase cem parentes esperavam esperançosamente dentro da base naval de Mar del Plata, cujo perímetro nos últimos dias foi preenchido com mensagens de encorajamento, imagens religiosas e bandeiras argentinas.

— É a primeira vez que venho à base naval e acabo de saber que sou viúva — declarou Jessica Gopar em lágrimas em frente à base naval de Mar do Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires. — Fernando Santilli, eletricista do ARA San Juan, foi meu grande amor, tínhamos sete anos de namoro, seis de casamento e temos um filho, Stefano, que nos custou muito até que Deus nos enviasse.





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