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porto velho, sábado 18 de janeiro de 2025
A atleta bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya afirmou que os chefes da delegação de Belarus nas Olimpíadas de Tóquio "deixaram claro" que a velocista seria punida ao voltar ao país.
Ela pediu ajuda ao Comitê Olímpico Internacional (COI) quando era levada à força ao aeroporto, e autoridades impediram que ela deixasse o Japão. Ela está em segurança e embarcou na manhã desta quarta-feira (4) para a Polônia.
Tsimanouskaya foi forçada no começo da semana a abandonar as Olimpíadas por criticar técnicos e dirigentes de Belarus, um país governado por Alexander Lukashenko, líder autoritário que está no poder desde 1994 e é conhecido como "o último ditador da Europa".
O Comitê Olímpico Bielorrusso é dirigido por seu filho, Viktor Lukashenko.
Em entrevista à agência Associated Press, Tsimanouskaya disse na terça-feira (3) que os diretores da delegação afirmaram que a decisão de forçar o retorno da atleta partiu de outras pessoas — o que, para ela, ficou claro que se tratava de uma represália do governo.
"Eu gostaria muito de continuar minha carreira no esporte porque eu só tenho 24 anos e ainda planejo mais duas Olimpíadas, no mínimo. Mas agora só o que me preocupa é minha segurança", disse a atleta.
Nesta quarta-feira (4), autoridades austríacas confirmaram que a atleta passará pela capital Viena antes de seguir para a Polônia, que lhe concedeu um visto humanitário.
Arseni Zdanevich, marido da atleta, fugiu para a Ucrânia ao saber do problema com Tsimanouskaya. Em entrevista à AP, ele disse que espera reencontrar a esposa logo, de preferência na Polônia, país vizinho que abriga uma grande comunidade de desertores do regime de Belarus.