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'Deixaram claro que eu seria punida', diz atleta de Belarus que se recusou a voltar ao país

O Comitê Olímpico Bielorrusso é dirigido por seu filho, Viktor Lukashenko.


g1

Publicada em: 04/08/2021 10:36:33 - Atualizado

A atleta bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya afirmou que os chefes da delegação de Belarus nas Olimpíadas de Tóquio "deixaram claro" que a velocista seria punida ao voltar ao país.

Ela pediu ajuda ao Comitê Olímpico Internacional (COI) quando era levada à força ao aeroporto, e autoridades impediram que ela deixasse o Japão. Ela está em segurança e embarcou na manhã desta quarta-feira (4) para a Polônia.

Tsimanouskaya foi forçada no começo da semana a abandonar as Olimpíadas por criticar técnicos e dirigentes de Belarus, um país governado por Alexander Lukashenko, líder autoritário que está no poder desde 1994 e é conhecido como "o último ditador da Europa".

O Comitê Olímpico Bielorrusso é dirigido por seu filho, Viktor Lukashenko.

Em entrevista à agência Associated Press, Tsimanouskaya disse na terça-feira (3) que os diretores da delegação afirmaram que a decisão de forçar o retorno da atleta partiu de outras pessoas — o que, para ela, ficou claro que se tratava de uma represália do governo.

"Eu gostaria muito de continuar minha carreira no esporte porque eu só tenho 24 anos e ainda planejo mais duas Olimpíadas, no mínimo. Mas agora só o que me preocupa é minha segurança", disse a atleta.

Nesta quarta-feira (4), autoridades austríacas confirmaram que a atleta passará pela capital Viena antes de seguir para a Polônia, que lhe concedeu um visto humanitário.

Arseni Zdanevich, marido da atleta, fugiu para a Ucrânia ao saber do problema com Tsimanouskaya. Em entrevista à AP, ele disse que espera reencontrar a esposa logo, de preferência na Polônia, país vizinho que abriga uma grande comunidade de desertores do regime de Belarus.


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