Fundado em 11/10/2001
porto velho, domingo 2 de fevereiro de 2025
MUNDO - UUm juiz dos Estados Unidos tornou público nesta sexta-feira (12) o mandado de busca e apreensão que justificou a operação do FBI na casa de Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, nesta semana.
Junto ao mandado, foi divulgado um inventário do que foi apreendido pelo FBI: 11 conjuntos de documentos confidenciais, entre os quais havia quatro que eram ultrassecretos e três secretos.
Chefe do departamento de Justiça americano informa que autorizou a operação na casa de Trump
Motivos para acreditar
Foi o Departamento de Justiça (órgão equivalente ao Ministério da Justiça) que pediu um mandado ao juiz Bruce Reinhart. Ao fazer o pedido, o departamento argumentou que tinha motivos para acreditar que Trump violou a Lei de Espionagem, uma lei federal que proíbe a posse ou transmissão de informações de defesa nacional.
Agentes do FBI levaram mais de 30 itens, incluindo mais de 20 caixas, pastas de fotos, uma nota manuscrita e a concessão executiva de clemência para Roger Stone, um aliado de Trump, amigo de longa data do ex-presidente. Também foram incluídas na lista informações sobre o "presidente da França".
"Top secret" é o nível mais alto de sigilo, reservado para as informações de segurança nacional mais fechadas do país. Geralmente é mantido em instalações especiais do governo porque sua divulgação pode causar sérios danos à segurança nacional.
Há leis federais proíbem o manuseio incorreto de material sigiloso (a Lei de Espionagem é uma delas). O próprio Trump aumentou as penas para isso enquanto estava no cargo, tornando-o um crime punível com até cinco anos de prisão.
O mandado de busca na casa de Trump na Flórida no início desta semana deu a agentes federais norte-americanos autoridade para apreender documentos e registros que constituíssem evidências de itens possuídos ilegalmente, informou a rede Fox News.
O mandado deu aos agentes autoridade para apreender "todos os documentos físicos e registros que constituam provas, contrabando, frutos do crime ou outros itens que foram obtidos de forma ilegal", o que configura violação do Código dos EUA, incluindo documentos com marcações de sigilo e registros presidenciais criados entre 20 de janeiro de 2017 e 20 de janeiro de 2021, informou a Fox News, citando documentos revisados.
Em separado, advogados de Trump informaram ao governo que o ex-presidente não se opôs à liberação pública do mandado de busca, disse o Departamento de Justiça dos EUA em um processo judicial nesta sexta-feira.
De acordo com uma reportagem do "Washington Post" o FBI procurava documentos ligados a armas nucleares quando fez a operação.
Trump respondeu que o presidente anterior a ele, Barack Obama, tinha documentos sigilosos sobre armas nucleares.