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Elon Musk vai ser julgado por pagamento que o tornou o mais rico do mundo

Caso pode ser significativo para a Tesla, dadas as sérias questões levantadas sobre sua compensação de executivos


CNN

Publicada em: 14/11/2022 10:04:30 - Atualizado

MUNDO: A Tesla e seu CEO Elon Musk vão passar esta semana no tribunal para defender o enorme pacote de compensação que ajudou a torná-lo o homem mais rico do mundo.

O julgamento de uma semana no tribunal de chancelaria de Delaware vai julgar o plano de pagamentos de 2018 que o conselho de administração da montadora criou para Musk.

A fabricante de automóveis disse à época que os pagamentos poderiam somar quase US$ 56 bilhões (cerca de R$ 297 bilhões), tornando-o o maior pacote de compensação já pago por uma empresa de capital aberto para qualquer pessoa na terra. O valor líquido atual é de R$ 50,9 bilhões (cerca de R$ 270 bilhões).

Mesmo no meio do secreto mundo dos salários de CEO, o plano de compensação de Musk se destacou. Milhões e milhões de dólares são muitas vezes esbanjados por executivos das maiores empresas, mas o pacote de pagamentos de Musk chegava na casa dos bilhões desde que ele atingisse objetivos de desempenho da empresa. Não era um pagamento em dinheiro (raramente os altos executivos são pagos assim), mas em ações da empresa.

Quanto mais a Tesla crescia, mais as ações seriam valorizadas, mais Musk ganharia e mais essas suas ações subiriam. Com os papéis da Tesla disparando para cima, a renda líquida de Musk ultrapassou US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,60 trilhão) num determinado momento, enquanto os acionistas recuperavam os ganhos potenciais.

No entanto, durante todo esse tempo, Musk dividiu seu tempo entre vários negócios. A SpaceX começou a enviar astronautas regularmente para a Estação Espacial Internacional. A Boring Company construiu um loop (tipo de túnel para cápsulas rápidas) sob o Centro de Convenções de Las Vegas. E, daí, claro, ele comprou o Twitter.

Pagamento gigante para o CEO

No entanto, Musk não é o único a se beneficiar do aumento do valor das ações e opções da Tesla. Acionistas também lucraram. O valor de mercado da Tesla aumentou mais 1.000% desde que ela aprovou o pacote de pagamento em março de 2018.

O caso pode ser significativo para a Tesla, dadas as sérias questões levantadas sobre sua compensação de executivos, de acordo com especialistas em governança empresarial. O conselho de administração da Tesla defendeu o pacote de compensação.

O julgamento também pode revigorar o debate sobre a pagamento de executivos, incluindo os grandes pacotes de ações que eles recebem. Os CEO das empresas que fazem parte do índice S&P 500 tiveram uma compensação média de US$ 18,3 milhões (cerca de R$ 97 milhões) em 2021, 324 vezes o salário médio das mesmas empresas. A disparidade tem crescido nos últimos anos.

O CEO da Amazon, Andy Jassy, por exemplo, recebeu uma compensação no valor de US$ 212,7 milhões (cerca de R$ 1,12 bilhão) regularmente em 2021. O CEO da Apple, Tim Cook, recebeu quase US$ 100 milhões (cerca de R$ 530 milhões) no ano passado. Já Satya Nadella, CEO da Microsoft, recebeu cerca de US$ 50 milhões (cerca de R$ 265 milhões) em 2021.

O autor da ação contra Musk e a Tesla, Richard J. Tornetta, alega, em nome dos acionistas da empresa, que o fundador explorou o seu controle sobre a companhia e seu conselho de administração para garantir o enorme pacote de compensação, a fim de “financiar a sua ambição pessoal de colonizar Marte”.

Em março de 2018, o mês em que os acionistas aprovaram o plano de compensação, Musk ocupava a posição nº 41 na lista de bilionários da Bloomberg, devido em grande parte ao seu envolvimento na Tesla e na SpaceX. À essa altura, a Tesla era uma fabricante de automóveis promissora, mas problemática. A montadora havia perdido quase US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,6 Bilhões) no ano anterior e se esforçava para superar os atrasos na produção ao fabricar seu sedã Model 3 para o mercado de massa. Musk falou que vivia um “inferno na produção”, bem como um “inferno da logística de entrega” durante o ano, e fez piada com a possibilidade de falência.



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