Fundado em 11/10/2001
porto velho, terça-feira 11 de novembro de 2025

PORTO VELHO-RO: A interrupção e a irregularidade da coleta de lixo já passaram do incômodo para o risco sanitário. Ruas e calçadas acumulam sacos rasgados, mau cheiro e animais vetores de doenças. Para quem mora nos bairros, a cena é diária: lixo espalhado após a passagem de cães e urubus, entupimento de bocas de lobo, mosquitos em alta e o medo de surtos de diarreia, leptospirose e dengue. É saúde pública — e está falhando.
O problema não é episódico. Há relatos de cronogramas descumpridos, rotas “poupadas” sem aviso e caminhões que não aparecem por dias. A desorganização atinge idosos, comércios e escolas, que adaptam rotinas para não conviver com resíduos apodrecendo nas portas. Quando a coleta falha, a cidade inteira perde: aumenta o custo hospitalar, piora a qualidade do ar e se agrava o assoreamento de canais pluviais — a conta volta para o contribuinte.
Responsabilidades são claras. Ao município cabe fiscalizar o contrato, exigir desempenho, aplicar sanções quando necessário e publicar, com transparência, rotas, horários e justificativas para falhas. À empresa, compete cumprir integralmente o serviço, manter frota operacional, equipes suficientes e comunicação ativa. À Câmara, fiscalizar o Executivo e cobrar a execução do contrato. Falhar em qualquer ponto dessa corrente resulta no caos que se vê.
Medidas urgentes e objetivas:
Restabelecer o cronograma oficial de rotas e divulgá-lo diariamente, com mapa de bairros atendidos e pendências.
Operação “força-tarefa” por 72 horas para zerar os pontos críticos e limpar áreas próximas a escolas, unidades de saúde e feiras.
Plano de contingência público: caminhões-reserva, equipes extras, metas de tempo de resposta e canal de emergência para bairros não atendidos no dia.
Auditoria de desempenho do contrato, com relatório semanal de quilometragem, tonelagem coletada e ocorrências mecânicas.
Fiscalização efetiva: multa por rota não cumprida e possibilidade de intervenção contratual, se houver reincidência.
Educação e apoio ao cidadão: calendário fixo, regras de acondicionamento e proibição de descarte irregular, com fiscalização ambiental.
A cobrança política cresceu. O vereador Zé Paroca afirma ter sido bombardeado por moradores e elevou o tom, pedindo ação institucional e transparência imediata. Zé Paroca: “Quero chorar sem lágrima.” Disse ter recebido mais de 300 mensagens de moradores cobrando solução. Defendeu que a Mesa Diretora publique nota à população, esclarecendo providências da Câmara, e relatou que o prefeito foi notificado à empresa. “O que precisamos é que funcione.”