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porto velho, sábado 25 de outubro de 2025

Evidências científicas já demonstraram que a amamentação oferece proteção contra o câncer de mama, no entanto, as explicações biológicas por trás desse fator protetivo ainda não estavam totalmente esclarecidas. Agora, um novo estudo, publicado na renomada revista científica Nature na terça-feira (21), descobriu que mulheres que amamentam têm células imunológicas mais especializadas que podem viver no tecido mamário por décadas.
De acordo com o estudo, essas células agem como "guardas" e atacam células anormais que podem se transformar em câncer. A hipótese dos pesquisadores é que essas células protetoras podem ter evoluído para defender as mães durante o período pós-parto, mas também podem reduzir o risco de câncer de mama, especialmente o tipo triplo-negativo, que é considerado o mais agressivo.
Segundo a professora Sherene Loi, cientista clínica do Peter MacCullum Cancer Centre, em Victoria, Austrália, após um ciclo completo de gravidez, amamentação e recuperação da mama, as células T CDB8+, que são protetoras, se acumulam na mama. O efeito protetor delas foi confirmado em experimentos pré-clínicos.
"Estudamos dados de mais de mil pacientes com câncer de mama e descobrimos que mulheres que amamentaram tinham tumores com números maiores dessas células T protetoras e, em alguns grupos, viveram mais após o diagnóstico de câncer de mama", afirma Loi.
Embora já se saiba há algum tempo que ter filhos reduz o risco de câncer de mama em mulheres, as razões ainda não são totalmente compreendidas e acredita-se que as alterações hormonais relacionadas à gravidez sejam um fator importante.
Agora, o novo estudo aponta para a possibilidade de alterações imunológicas estarem envolvidas na proteção contra o tumor, o que pode levar ao desenvolvimento de novas abordagens para prevenir e tratar o câncer de mama.