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    porto velho, quinta-feira 24 de abril de 2025

Mulher que diz ter perdido R$ 202 milhões na Mega-Sena e culpa funcionária de lotérica

A coluna entrou em contato com a empresária, que concedeu entrevista exclusiva sobre o jogo premiado de R$ 201,9 milhões da Mega-Sena


METROPOLES

Publicada em: 23/04/2025 10:59:53 - Atualizado


BRASIL: Imagine achar que ganhou R$ 201,9 milhões na Mega-Sena e não receber o prêmio porque a aposta não foi registrada pela lotérica: essa foi a desilusão da dona de ótica Mara Hoffmann, de São Bento, na Paraíba. Em entrevista exclusiva à coluna, que revelou o caso nessa terça-feira (22/4), a empresária conta que sonhou com os números sorteados.

No concurso 2524, de 28 de setembro de 2022, jogou as seguintes dezenas: 03, 20, 22, 23, 37, 41 e 43. Nenhuma aposta registrada acertou todos os números – Mara, portanto, seria a única vencedora da Mega-Sena.

“Foi em um sonho que Deus me deu, anotei os números de madrugada”, disse a apostadora, que se considera “muito evangélica”.

Assista à entrevista de Mara à coluna:

O cerne da questão reside no fato de que a funcionária que atendeu Mara na lotérica não teria registrado o bilhete na Mega-Sena. No lugar dele, teria passado duas vezes um outro jogo da Quina e grampeado o respectivo comprovante. Mara só teria notado o erro antes do sorteio.

“Ela (a funcionária) não estava prestando muita atenção (ao registrar os jogos), não. Era o tempo todo no celular e fazendo o trabalho dela”, relembrou.

Um dia após o sorteio da Mega-Sena, a dona de ótica teria retornado à lotérica, conversado com a gerente e visto as imagens das câmeras de segurança, que, segundo a empresária, atestaram o erro da funcionária ao não registrar o bilhete supostamente ganhador. Uma cópia dessa filmagem, porém, não foi concedida.

A optometrista, então, acionou o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) em 30 de setembro de 2022 para ter acesso às imagens e aos dados das apostas. Na visão da defesa, que consta no processo obtido pela coluna, seria uma produção antecipada de provas para comprovar os fatos. Mara também registrou boletim de ocorrência.

A Justiça paraibana acatou a solicitação em 1ª instância em fevereiro passado. Antes disso, a apostadora apresentou declaração de pobreza para pedir gratuidade judicial – que acabou negada.

“Desta forma, diante da desagradável sensação de injustiça e da necessidade de um pronunciamento judicial, mesmo sem ter condições financeiras para suportar os dispêndios processuais, a parte autora, ingressa com esta ação com a intenção de se valer dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, ficando isenta de arcar com quaisquer ônus ou despesas processuais”, diz a petição inicial.

A loteria contesta os fatos e, por isso, recorreu da decisão. De acordo com a defesa, as imagens das câmeras de segurança não estão mais disponíveis porque são apagadas a cada 6 meses. Assim, trataria-se de uma produção impossível de provas.


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