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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
De acordo com Burzaco, a Globo pagou US$ 15 milhões em propinas (cerca de R$ 50 milhões) para assegurar exclusividade na transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030. O dinheiro teria sido enviado por meio do ex-diretor Marcelo Campos Pinto para a T&T, braço na Holanda da empresa de Burzaco em associação com a brasileira Traffic, de J. Hawilla, e posteriormente repassado para uma conta na Suíça de Julio Gronoda, ex-presidente da Associação de Futebol Argentino e ex-vice-presidente da Fifa responsável por cuidar dos direitos de transmissão para a América Latina. O dirigente morreu em 2014.
No documento da corte de Nova York que contém a transcrição do terceiro dia de julgamento, Alejandro Burzaco também revela as propinas pagas aos réus do caso, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, que teria recebido US$ 2,7 milhões (R$ 8,95 milhões). Além disso, o delator relatou um encontro ocorrido em 2013, durante reunião do Comitê Executivo da Fifa, com Marco Polo Del Nero, Marin e J. Hawilla. Na ocasião, os dirigentes brasileiros teriam reclamado do atraso do pagamento de propinas relacionadas à venda dos direitos de transmissão da Libertadores e da Copa Sul-Americana.
Por nota, a Rede Globo negou todas as acusações de Alejandro Burzaco e afirmou que "não é parte nos processos que correm na Justiça americana". Os advogados de José Maria Marin refutam a participação de seu cliente em qualquer evento ilícito. Em contato com o R7, José Roberto Batochio, que defende Del Nero no caso, afirmou que no período compreendido pela investigação seu cliente não era presidente da CBF e, portanto, não assinou os contratos sob suspeita. Ricardo Teixeira afirma serem inverídicas as acusações. J. Hawilla se declarou culpado no caso e devolveu R$ 495 milhões às autoridades norte-americanas.