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porto velho, segunda-feira 10 de fevereiro de 2025
MUNDO: O consumo exagerado do cigarro eletrônico, popularmente conhecido como vape, resultou no colapso pulmonar do lutador amador de MMA, Sean Tobin, de 20 anos, levando-o a passar por uma cirurgia de emergência.
Tobin, começou a fumar em 2018, aos 15 anos de idade, incorporando o vape como parte de sua rotina diária. Ele confessou que apenas interrompia o uso quando estava dormindo.
No mês anterior, Sean passou por um episódio médico alarmante. Devido ao uso excessivo do vape, o pulmão direito do jovem norte-americano entrou em colapso, levando-o a submeter-se a uma cirurgia para a remoção de parte do órgão. Os sintomas surgiram quando Tobin começou a trabalhar como aprendiz de eletricista em julho.
"Foi verdadeiramente aterrador, pois senti que tinha prejudicado a minha própria saúde. Durante anos, negligenciei os meus pulmões, não lhes proporcionando o devido cuidado. A minha resistência cardiovascular era excelente, estava em boa forma física e nunca deveria ter começado a fumar", compartilhou Sean com o jornal Kennedy News and Media .
Ele recorda o início do episódio crítico: "Ao entrar numa van, senti uma sensação semelhante a ter distendido um músculo nas minhas costas. A tensão era intensa".
Inicialmente, a equipe médica suspeitou de pneumonia no caso do lutador; contudo, com o agravamento do estado de saúde de Sean, ele foi encaminhado para exames radiológicos, revelando o colapso pulmonar.
"Eu estava a treinar e a correr, com um nível de resistência superior ao de qualquer pessoa na academia. Lembro-me de ter visto vídeos no TikTok de um indivíduo com colapso pulmonar devido ao uso do vape, e pensava: 'Isso não vai acontecer comigo. Esse indivíduo não cuida de si, mas eu sim'. Nunca acreditamos que algo nos irá acontecer até que aconteça", relatou.
Para aliviar a pressão na cavidade torácica de Sean, os médicos realizaram uma incisão entre as suas costelas e inseriram um tubo para expelir o ar retido na área. No entanto, a situação de saúde do lutador não melhorou, levando os médicos a removerem uma pequena porção do topo do seu pulmão e depois a recolocá-lo usando grampos. Através de um procedimento com câmera, pôde-se observar que o órgão de Tobin estava repleto de manchas escuras.
"Foi uma visão aterrorizante. No momento em que vi, senti-me extremamente desapontado comigo mesmo. Fiquei profundamente triste e a pensar: 'Droga, fiz isto ao meu próprio pulmão'", desabafou. Agora, ele espera recuperar-se para perseguir novamente o seu sonho de lutar. "Não sou capaz de levantar objetos com peso superior a 20kg. Como lutador de MMA, senti um grande receio de não conseguir voltar a treinar. Tenho uma grande paixão por isto e aspiração de fazer disto a minha vida um dia", contou.
Além dos perigos já reconhecidos pela comunidade médica, como complicações cardiovasculares, impactos no sistema imunológico, doença pulmonar obstrutiva crônica e variados tipos de câncer, como o de pulmão, laringe, esôfago e bexiga, entre outros, há suspeitas de que os usuários de cigarros eletrônicos também estejam enfrentando o surgimento de uma nova doença com potencial letal: a EVALI.
Em inglês, essa sigla corresponde a "e-cigarette or vaping product use-associated lung injury", traduzida como "lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico".
Estatísticas indicam que, no período entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, cerca de 2,7 mil indivíduos nos Estados Unidos foram hospitalizados devido à EVALI, resultando em 68 óbitos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou apenas 8 casos.
O tabagismo também contribui para problemas como disfunção erétil, osteoporose, periodontite e catarata, além de outras implicações. Um estudo conduzido pela Universidade de Portland, nos Estados Unidos, revelou que, devido à presença de uma substância chamada formaldeído, o vapor emitido por esses dispositivos pode ser até 15 vezes mais cancerígeno em relação à fumaça produzida pelo cigarro convencional.