Fundado em 11/10/2001
porto velho, quinta-feira 15 de maio de 2025
Uma análise feita pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) apontou que o "melzinho do amor", um suposto estimulante sexual, anunciado como 100% natural, e que promete "milagres" após o consumo, pode causar efeitos colaterais graves, e até mesmo risco de morte.
Em maio deste ano, a venda do "melzinho do amor" foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em todo Brasil.
Os pesquisadores analisaram três amostras. Segundo eles, apesar de as embalagens apontarem uma composição 100% natural, foi detectada a presença de dois fármacos de origem sintética utilizados para tratamento da disfunção erétil: Sildenafila e Tadalafila.
Segundo o coordenador do CIATox, José Luiz Costa, o uso dessas substâncias depende de avaliação médica, sobretudo para pessoas que sofrem de problemas de saúde, como cardiopatias e hipertensão descontrolada.
“Quando uma pessoa toma um medicamento com recomendação, o médico sabe quais são seus problemas de saúde. O risco de efeito adverso existe, mas é controlado. Alguém que faz uso desses medicamentos por conta própria pode estar colocando sua saúde em risco sem saber. Apesar do rótulo dizer que na composição constam apenas extratos de plantas, não há nada de natural neles”, afirma.
"A utilização sem prescrição desses fármacos pode provocar efeitos indesejados graves, como o priapismo prolongado (uma ereção longa e dolorosa com risco de necrose do pênis) e lesão irreversível do membro. Para mulheres com problemas de saúde, como cardiopatias, também há riscos", alerta o CIATox.
O “melzinho do amor” é vendido em formato de sachê. Na embalagem, a composição registra substâncias como: café, extrato de caviar, ginseng, maçã, gengibre, canela, mel da Malásia e Tongkat Ali (Eurycoma longifolia).