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porto velho, sexta-feira 23 de maio de 2025
BRASIL: A polícia de São Paulo investiga se um homem preso na segunda-feira (1º) por tráfico de drogas em São Paulo é também integrante da quadrilha que roubou mais de 780 kg de ouro, joias e relógios de luxo do Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana, em 2019. Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher dele falou que o marido estava com 200 barras de ouro roubadas. Mas a carga não foi encontrada pelos policiais.
O grupo que atacou o aeroporto em 25 de julho daquele ano ainda sequestrou e fez reféns durante o assalto. Depois usou veículos para fugir com a carga. O material levado pela quadrilha é avaliado em R$ 125 milhões e nunca foi encontrado ou recuperado. Câmeras de segurança gravaram o crime.
Desde então, sete homens já foram presos acusados do roubo e sequestro no caso do ataque ao terminal de cargas que fica no bairro de Cumbica em Guarulhos. Mas como um deles morreu de doença na prisão em 2020, seis estão detidos atualmente, respondendo pelos crimes na Justiça (veja abaixo quem são).
A Polícia Civil quer saber agora se esse homem de 46 anos que foi detido na segunda por tráfico pela Polícia Militar participou do mesmo assalto ao aeroporto e é o oitavo criminoso do grupo. Ele foi preso à tarde em sua casa, na Zona Sul da capital. Estava com um vizinho, que portava 3 kg de maconha, e também foi detido. As identidades dos dois não foram divulgadas.
Os dois homens foram presos pela PM quando deixavam a residência em dois carros, em alta velocidade, chamando a atenção dos agentes. Segundo os policiais, após abordarem a dupla, a mulher do dono do imóvel falou que o marido participou do roubo de ouro em Cumbica.
Ainda de acordo com a PM, a esposa contou que, até a semana passada, o homem guardava algumas das barras de ouro roubadas na casa. Mas, segundo os policiais, ela falou que membros da quadrilha que participou do assalto ao aeroporto buscaram toda a carga no domingo (31). E que os criminosos levaram o automóvel dela também para pagar uma dívida do seu marido com eles.
"Ela falou que faz alguns dias que tinha na casa dela mais de 200 barras de ouro, e que os indivíduos já tinham retirado. E eles voltaram lá porque o marido dela tinha pego algumas barras de ouro sem autorização desses indivíduos. Então eles voltaram até a casa dela e tomaram o carro dela de roubo para pagar a divida", disse o sargento da PM De Luca.
Apesar disso, na delegacia o homem apontado pela própria mulher como participante do roubo de ouro a Cumbica negou o crime. Ele e o vizinho foram indiciados somente por tráfico de drogas no 89º Distrito Policial (DP), Portal do Morumbi, também na Zona Sul.
Policiais civis que investigam o assalto ao aeroporto vão apurar agora se o preso participou ou não do ataque ao aeroporto em 25 de julho de 2019.
Segundo a Polícia Civil, ao menos oito criminosos participaram do assalto e sequestro no caso de Cumbica. Sete deles foram presos e acabaram acusados dos crimes pelo Ministério Público (MP). Depois se tornaram réus no processo que segue na Justiça.
Mas um dos réus detidos morreu em junho do ano passado e as ações penais contra ele foram extintas. Ele estava em prisão domiciliar e faleceu em razão de uma doença não informada.
Os homens da quadrilha respondem a dois processos: um por roubo, organização criminosa e adulteração de veículo; e o outro pelo sequestro de familiares de um dos réus durante o assalto. A Justiça ainda não havia julgado os acusados até a última atualização desta reportagem.
Segundo o Ministério Público, a quadrilha é acusada de roubar 770 quilos de ouro que iam para os Emirados Árabes, 15 quilos de esmeralda que seguiriam para a Índia, e 18 relógios de grife que teriam a Suíça como destino.
Câmeras de segurança gravaram o assalto, considerado cinematográfico pela polícia. Elas mostram criminosos armados com fuzis, usando toucas, disfarçados com uniforme de policiais federais, além de usarem viaturas clonadas da Polícia Federal (PF) (veja foto abaixo).
Segundo a investigação, o bando teria planejado o roubo desde 2017, cooptando funcionários do aeroporto. O objetivo era ter facilidades para acessar o hangar onde estavam guardados ouro, joias e relógios.
Dentro do aeroporto eles fizeram outros empregados reféns. As vítimas foram libertadas posteriormente, sem ferimentos.
A carga roubada foi colocada na caçamba de uma caminhonete falsa da PF. Em seguida, a quadrilha levou o veículo até um imóvel na Zona Leste de São Paulo.
Nesse local, o ouro, as joias e os relógios foram transferidos para outros dois veículos, que os criminosos usaram para ir a um segundo imóvel na mesma região, onde os objetos de valor foram colocados dentro de uma ambulância.
O roubo não teve tiroteio ou feridos e repercutiu na imprensa internacional por causa da ousadia dos criminosos. Alguns jornais chegaram a comparar a ação a assaltos vistos em filmes ou séries, como 'La casa de papel,' da Netflix.
Os bens roubados nunca foram encontrados ou recuperados. A Polícia Civil ainda investiga o assalto e busca de pistas para tentar localizá-los.
Uma suspeita é de que o ouro levado tenha sido derretido para facilitar a revenda a outros países, juntamente com o transporte das joias e relógios. A investigação apura, por exemplo, se o material foi exportado para China em filetes escondidos dentro de celulares.
O assalto causou prejuízo milionário para sete empresas. Mas, segundo policiais, o material roubado teria seguro.
Segundo o Ministério Público, o réu que morreu por causa de doença em 2020 é:
O oitavo procurado pela polícia paulista é:
Quem tiver informações sobre mais envolvidos no caso pode ligar para o Disque-Denúncia pelo número 181 ou telefonar para (11) 3311-3148 ou mandar e-mail para procurados@policiacivil.sp.gov.br. Não é preciso se identificar.
2 minMais um suspeito de participar do roubo de ouro no aeroporto de Cumbica é preso--:--/--:--
A polícia de São Paulo prendeu o quarto suspeito de envolvimento com a quadrilha que roubou quase 720 quilos de ouro, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O crime aconteceu na semana passada.
Os outros seis réus presos no caso são:
A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos acusados para comentarem o assunto.