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    porto velho, quarta-feira 10 de setembro de 2025

Classe política de Rondônia se cala diante da privatização do Rio Madeira

Em Rondônia, ao contrário, deputados federais, senadores e até parlamentares estaduais preferiram o conforto do mutismo...


Redação

Publicada em: 10/09/2025 10:09:35 - Atualizado

PORTO VELHO - RO - Enquanto o governo Lula avança com a proposta de incluir as hidrovias do Rio Madeira no Plano Nacional de Privatização, a classe política de Rondônia se esconde atrás de um silêncio ensurdecedor. O que deveria ser motivo de reação imediata virou mais um retrato da apatia de uma bancada que parece ter perdido a voz — ou a coragem.

No vizinho Amazonas, ao menos o senador Plínio Valério (PSDB-AM) levantou a cabeça, ergueu a voz e questionou publicamente a medida. Em Rondônia, ao contrário, deputados federais, senadores e até parlamentares estaduais preferiram o conforto do mutismo. Nenhum protesto, nenhuma nota, nenhum pio.

O Rio Madeira não é apenas um curso d’água. É artéria vital da economia, da cultura e da história de Rondônia. Transformá-lo em ativo privatizável sem sequer ouvir a população já é um escândalo. Mas o que mais indigna é ver aqueles que se dizem representantes do povo cruzarem os braços e aceitarem, sem resistência, mais um desmonte disfarçado de “modernização”.

O silêncio da classe política rondoniense não é neutro. É conivência. É como se dissessem, com todas as letras: “Podem levar, não é problema nosso.” E é justamente essa omissão que transforma a possível privatização do Rio Madeira em algo ainda mais grave: um atentado consentido contra o patrimônio do estado.

Se nem quando se trata de um dos símbolos de Rondônia os parlamentares se mobilizam, resta ao povo a amarga certeza de que a defesa do interesse coletivo foi rifada em nome de conveniências eleitorais. O Rio Madeira, que sempre foi palco de lutas, agora corre o risco de virar palco de negócios — e sob o olhar cúmplice de quem deveria defendê-lo.


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