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    porto velho, sexta-feira 28 de fevereiro de 2025

Ex-assessor do TJ/PI confessa que fraudou mais de 100 processos

João Gabriel Costa Cardoso detalhou à Polícia Civil como burlou sistema do tribunal e intermediou alterações em processos judiciais...


Redação

Publicada em: 26/02/2025 17:56:28 - Atualizado

Foto: Reprodução

O ex-assessor do TJ/PI, João Gabriel Costa Cardoso, confessou à Polícia Civil que participou de esquema de fraudes em mais de 100 processos que tramitaram na Corte. Preso em outubro do ano passado, ele detalhou a vulnerabilidade que explorou no sistema do tribunal e a forma como os desvios ocorriam, envolvendo advogados e intermediários.

Em seu depoimento, João Gabriel explicou que identificou uma fragilidade no sistema do TJ/PI que permitia a alteração do e-mail de servidores cadastrados. Com essa mudança, era possível solicitar uma nova senha e assumir o perfil do servidor no PJe.

O ex-assessor disse que o esquema envolvia a criação de acessos remotos para um desembargador e o uso desses logins para a manipulação dos processos. Ele detalhou que, por meio de uma ferramenta, conseguiu solicitar a mudança do e-mail funcional do magistrado, seguindo orientações do próprio sistema de suporte interno do tribunal.

"Eu solicitei isso através do GLPI. O sistema entrou em contato comigo informando que, para solicitar a senha, eu teria que alterar o e-mail do desembargador, que estava utilizando um e-mail pessoal, para o e-mail funcional. Eles me ensinaram o passo a passo e eu fiz", confessou.

Pagamento e participação de intermediários

João Gabriel revelou que o esquema envolvia uma terceira pessoa ligada ao gabinete em que trabalhava. Essa pessoa intermediava os pagamentos entre advogados e os responsáveis pelas alterações processuais.

"Eu não sei te informar o valor total movimentado, eu sei o valor que eu recebi. Essa terceira pessoa era quem intermediava os pagamentos. O advogado cobrava do cliente e repassava o valor para essa pessoa, que então me passava a parte que era minha", explicou.

Segundo ele, uma planilha contendo mais de 100 processos fraudados foi armazenada em um local que não está no computador. Ele também mencionou que o login do PJe facilitava o acesso aos processos e permitia que assinaturas fossem feitas remotamente sem a necessidade de um token de segurança.


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