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porto velho, terça-feira 4 de fevereiro de 2025
MUNDO: Protestos raros eclodiram na região de Xinjiang, no extremo Oeste da China, com multidões gritando com guardas em trajes de proteção depois que um incêndio mortal desencadeou raiva pelos bloqueios prolongados contra a Covid-19.
Infecções em todo o país estabeleceram outro recorde na sexta-feira (25). A política Covid Zero da China enfrenta críticas nos últimos meses.
Multidões gritavam “Fim do bloqueio!”, levantando os punhos no ar enquanto caminhavam por uma rua, de acordo com vídeos que circularam nas redes sociais chinesas na noite de sexta-feira. A Reuters verificou que a filmagem foi publicada na capital de Xinjiang, Urumqi.
Imagens mostraram pessoas em uma praça cantando o hino nacional da China com sua letra: “Levante-se, aqueles que se recusam a ser escravos!”, enquanto outros gritavam que queriam ser libertados dos bloqueios.
A China colocou a vasta região de Xinjiang sob alguns dos bloqueios mais longos do país, com muitos dos 4 milhões de residentes de Urumqi impedidos de deixar suas casas por até 100 dias. A cidade registrou cerca de 100 novos casos cada um dos últimos dois dias.
Xinjiang é o lar de 10 milhões de uigures. Grupos de direitos humanos e governos ocidentais há muito acusam Pequim de abusos contra a minoria étnica majoritariamente muçulmana, incluindo trabalhos forçados em campos de concentração. A China rejeita veementemente tais alegações.
Os protestos de Urumqi ocorreram após um incêndio em um prédio alto que matou 10 pessoas na noite de quinta-feira (24).
As autoridades disseram que os moradores do prédio conseguiram descer as escadas, mas os vídeos dos esforços das equipes de emergência, compartilhados nas redes sociais chinesas, levaram muitos internautas a supor que os moradores não conseguiram escapar a tempo porque o prédio estava parcialmente fechado.
Funcionários de Urumqi deram uma entrevista à imprensa abruptamente nas primeiras horas deste sábado (26), negando que as medidas da Covid-19 tenham dificultado a evacuação e o resgate, mas dizendo que investigariam mais a fundo. Um deles disse que os moradores poderiam ter escapado mais rápido se tivessem entendido melhor a segurança contra incêndios.