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porto velho, segunda-feira 29 de setembro de 2025
PORTO VELHO-RO O governador Marcos Rocha (União Brasil) está vivendo uma crise política digna de drama das nove. De um lado, a mágoa mal resolvida com o vice Sérgio Gonçalves-UB; do outro, a necessidade de montar um palanque competitivo para 2026.
A conta é simples: ou os dois fazem as pazes de verdade, com direito a selfie sorridente e discurso ensaiado e tapinha nas costas, ou o governador vai para a disputa ao Senado sozinho – e palanque solitário costuma ser um convite para o fracasso.
O problema é que a relação entre Rocha e Sérgio não teve tréguas e parece daqueles casais que dizem que está tudo bem, mas nem se olham no jantar. É fato que Sérgio assumirá o governo em março, quando Rocha deixar o cargo para disputar o Senado, e os bastidores garantem que o clima está longe de ser de lua de mel. Se a reconciliação não vier rapidamente, a campanha corre o risco de ter dois palanques disputando quem é o “legítimo herdeiro” do atual governo.
Mas não para por aí. Rocha ainda precisa decidir quem será seu parceiro ao Senado. Como apenas são duas vagas, ele tem duas opções de peso: a deputada federal Sílvia Cristina (PP-Ji-Paraná) e a ex-deputada Mariana Carvalho (União Brasil-Porto Velho). Ambas têm base eleitoral sólida, ambas têm ambição – e, o mais importante, ambas querem vencer. O problema é que três candidatos ao Senado no mesmo palanque é coisa de reality show: alguém acaba eliminado no meio do jogo.
Com Sílvia, Rocha ganharia um reforço importante na região central do estado. Um legado robusto pelo grandioso trabalho que a deputada vem realizando, principalmente na área da Saúde.
Com Mariana, consolidaria a capital e ainda garantiria um suporte logístico de campanha e volume de recursos financeiros para ninguém botar defeito. Mas enquanto o governador segue ensaiando o “fico ou não fico” com Sérgio e indeciso entre Sílvia e Mariana, o tempo corre – e política não costuma perdoar quem demora para escolher lado, já tem gente com o bloco na rua.
No fim das contas, 2026, que já está bem aí, pode ser o grande teste de maturidade de Marcos Rocha: ou ele engole o orgulho, e como se diz cristão estende a mão para o vice e monta um palanque coeso, ou corre o risco de virar o protagonista de uma novela política sem final feliz. Se nada disso der certo, resta apenas combinar quem vai apagar a luz do palanque quando a festa acabar.