Fundado em 11/10/2001
porto velho, quarta-feira 27 de agosto de 2025
REPERCUSSÃO
A entrevista concedida ao podcast Resenha Política por Hildon Chaves (PSDB), primeiro pré-candidato a governador anunciado oficialmente, repercutiu intensamente nos meios políticos, especialmente na capital. Ao declarar que o prefeito Léo Moraes deveria apoiá-lo — após um papo regado a Coca-Cola —, sob pena de, em caso de derrota, voltar a disputar a prefeitura de Porto Velho, Hildon soou mais como quem lança uma ameaça do que como alguém que busca a conciliação.
BELIGERANTES
Quem conhece o atual prefeito e o ex-alcaide sabe que dificilmente estarão no mesmo palanque em 2026, já que os dois não se suportam — embora, na política, o inimigo de hoje possa ser o aliado de amanhã. O problema é que tanto Hildon quanto Léo possuem temperamentos combativos e nutrem antipatia mútua desde a memorável disputa municipal de 2016. De lá para cá, a distância só aumentou, seja no campo pessoal, seja na arena política. É o retrato vivo do adágio: “a política é a arte de separar para depois unir, mas também de unir para, em seguida, separar.”
CONVITE
Hildon adiantou que vem conversando com a deputada federal Sílvia Cristina (PP), a quem convidou para compor sua chapa como candidata ao Senado. É um dado novo, já que a parlamentar pepista hoje se mostra mais próxima da pré-candidatura de Adailton Fúria. O ex-prefeito promete anunciar sua chapa majoritária em até dois meses.
PRIORIDADE
Em entrevista à coluna, o senador Marcos Rogério (PL), bem avaliado nas pesquisas para governador, reiterou que sua prioridade é a reeleição ao Senado. A eventual candidatura ao governo dependerá das circunstâncias que serão analisadas no próximo ano.
UNANIMIDADE
Nos bastidores, Marcos Rogério trabalha para formar o arco de alianças mais amplo possível, na esperança de encerrar a disputa já no primeiro turno. Confessou que tem dialogado com todos os pré-candidatos que se dizem de direita sobre esse projeto — embora nenhum tenha desistido da própria postulação. Por isso, a prioridade, por ora, é a reeleição. Ainda assim, deixou claro ao podcast que não descartou a corrida pelo Governo de Rondônia.
SURPRESA
Outra entrevista que chegará às plataformas digitais nos próximos dias é a do comandante-geral da PM, coronel Régis Braguin, que falou sobre o enfrentamento às organizações criminosas e aos conflitos agrários. Após a gravação, em conversa informal com este cabeça-chata, deixou escapar que cogita disputar o governo, dependendo apenas de um sinal verde do governador Marcos Rocha. Como se diz no meio castrense, “ordem dada é ordem cumprida”.
VICE
O vice-governador Sérgio Gonçalves reafirmou sua disposição em disputar o Governo de Rondônia pelo União Brasil. Questionado sobre sua relação com Marcos Rocha, respondeu que o momento é de calmaria e que as desavenças nasceram de fofocas palacianas. Adiantou que Rocha é seu candidato ao Senado, mas não confirmou a versão de que teria recebido perdão pessoal do governador. A paz — ainda que pragmática — é útil a ambos. Afinal, como ensinava Churchill, “a política é quase tão excitante quanto a guerra, e não menos perigosa”.
ILHADA
A coluna não compreende por que a magnífica reitora da Universidade Federal de Rondônia mantém nossa única instituição pública de ensino superior tão distante da realidade que a cerca. Por quatro vezes, nosso podcast a convidou para uma entrevista que esclarecesse à população as ações de sua gestão. Enquanto Porto Velho cresce em direção ao campus universitário, a reitoria opta por isolar a comunidade acadêmica do convívio com a cidade.
DIFERENÇAS
O tripé que sustenta a universidade — ensino, pesquisa e extensão — parece enfraquecido. O ensino da Unir sempre foi referência regional, graças à qualificação do corpo docente, incentivado ainda nas gestões de Ari Ott, Ênio Glória, Osmar Siena e Berenice Tourinho. A pesquisa e a extensão também tiveram saltos qualitativos nessas administrações. Hoje, entretanto, a opção pelo isolamento enfraquece a instituição e priva a sociedade da transparência sobre os rumos adotados.
DESRESPEITO
A reitora, quando agenda entrevistas, frequentemente desmarca de última hora, sem sequer permitir ao entrevistador reorganizar a pauta. A forma deselegante de tratar a imprensa revela muito do estilo de sua gestão. O que há de bom na Unir é fruto dos reitores anteriores. Até mesmo o anúncio do Hospital Universitário é resultado da resiliência do prefeito Léo Moraes.
INFLUENCERS
O número crescente de “influencers” envolvidos em confusões e suspeitas de participação em jogos eletrônicos ilegais chama a atenção. Acumulam milhões em caraminguás na mesma velocidade com que arrumam encrencas. Nem todos se envolvem em malfeitos, mas a nova “profissão” já carrega má fama, com vínculos perigosos à marginalidade. No fim, vale a máxima: “quem vive de aparências, cedo ou tarde, se afoga nelas.
COP-30: AMAZÔNIA NO FOCO
A realização da COP-30 em Belém do Pará colocará a Amazônia no centro do debate mundial. Não será apenas um encontro de especialistas, mas um palco em que os governantes terão de responder pela omissão diante do avanço do desmatamento.
POVOS ORIGINÁRIOS E DIREITOS
Outro tema incontornável é a proteção dos povos originários. Sem garantir seus territórios e autonomia, qualquer promessa de preservação será mera retórica. A floresta sobrevive porque seus povos resistem. O Brasil deseja ser vitrine da sustentabilidade, mas ainda permite que comunidades indígenas sejam encurraladas por grileiros e garimpeiros.
ECONOMIA VERDE OU RETÓRICA?
O terceiro ponto é a transformação da economia amazônica. Muito se fala em bioeconomia, mas pouco se vê de políticas públicas estruturantes que beneficiem a população local. A COP-30 será o teste definitivo para saber se o discurso da “economia verde” deixará de ser bandeira de palanque para se tornar alternativa concreta ao modelo predatório da motosserra e do fogo.
EXTORSÃO
Os preços abusivos das diárias cobrados por hotéis, pousadas e unidades particulares durante a COP, em Belém, representam uma vergonha em escala global para o país. Muitas delegações estrangeiras já estão cancelando suas reservas por não aceitarem a postura oportunista do setor hoteleiro paraense. Antes mesmo de iniciar os debates sobre mudanças climáticas com outros países, o Brasil deveria discutir, primeiramente, a conduta antiética da hotelaria nacional. Nenhuma delegação — nem mesmo as brasileiras — aceita ser extorquida.
NÓ
Sem sequer passar pelo crivo da interpretação livre do Judiciário quanto ao alcance da nova regra da Lei da Ficha Limpa, os apressados — que antes aplaudiam normas mais rigorosas — já anunciam a reabilitação de Ivo Cassol e Acir Gurgacz para as eleições de 2026. É preciso cautela para verificar quais travas (ou “pegadinhas”) estão previstas no novo dispositivo legal e como poderão ser aplicadas a casos concretos já transitados em julgado. Afinal, nossos congressistas são mestres em dar nó em pingo d’água. A reabilitação, conforme alardeiam os ligeirinhos, não é automática. Parte superior do formulário
DESIGNAÇÃO
Agradeço publicamente ao Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Dr. José Alberto Simonetti, pela designação de meu nome para compor a Comissão Nacional de Defesa da República e da Democracia. Registro, em especial, o empenho pessoal do presidente da nossa seccional, Márcio Nogueira, que chancelou a indicação. Considerando a realidade brasileira, trata-se hoje de uma das mais importantes comissões da OAB Nacional.