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porto velho, quarta-feira 15 de outubro de 2025
PORTO VELHO — RO – O ex-prefeito Hildon Chaves-PSDB, que deixou o comando da capital com índices recordes de aprovação e foi o primeiro a entrar na corrida pelo Governo de Rondônia embalado por discursos de força e promessas de uma nominata robusta.
No entanto, o tempo — esse implacável juiz da política — tratou de expor a distância entre o entusiasmo das palavras e a solidão dos fatos. Hoje, o tucano parece assistir, de camarote, ao desmonte do próprio projeto político e à lenta evaporação do que esfarela enquanto o líder se perde entre vaidades e ecos do passado.
De visionário a espectador, Hildon tornou-se prisioneiro do próprio enredo. Falta-lhe palco, aliados e, sobretudo, rumo. Seu discurso, antes inflamado, agora soa como monólogo de fim de espetáculo — e o público, outrora atento, começa a deixar a plateia em silêncio constrangedor.
A política, porém, não perdoa ausências. Mantido o atual isolamento, o ex-prefeito terá de trocar o púlpito pelo chão da realidade e aceitar que o sonho de comandar Rondônia talvez não passe de miragem. No horizonte, resta-lhe a alternativa de disputar uma vaga na Câmara Federal, onde ainda há espaço para quem busca recomeçar.
Já no Senado, o campo anda minado de egos e vaidades onde poucos sobrevivem sem escudo. A vice-governadoria? Um convite polido à irrelevância — cargo que muitos o empurrariam contra a parede, com sorrisos de condolência. Mas Hildon insiste: “não nasci para ser vice”.
Com o calendário eleitoral avançando, o tucano está diante de um dilema inevitável: reinventar-se politicamente ou assistir à própria obsolescência. Rondônia, afinal, não tem paciência com quem confunde liderança com autopropaganda.