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    porto velho, sexta-feira 10 de outubro de 2025

“A tarifa de Trump pouco afetou Rondônia”, diz professor Otacílio Moreira

Ele foi o entrevistado do programa A Voz do Povo desta quinta-feira (9)


Redação

Publicada em: 09/10/2025 15:30:50 - Atualizado


PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo advogado e jornalista Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta quinta-feira (9) recebeu o professor Otacílio Moreira de Carvalho, que falou sobre os rumos da economia no Brasil e no estado de Rondônia.

O professor Otacílio iniciou a conversa explicando que, na maioria das vezes, a responsabilidade pelo aumento da inflação está relacionada a medidas tomadas pelo Banco Central, que age de forma independente.

“A inflação está indo em direção ao teto da meta, conduzida pelo Banco Central, que aumenta a taxa de juros, o que leva à desaceleração da economia. A indústria é a que sofre o maior baque, assim como a pecuária e a agricultura”, afirmou Otacílio Moreira.

Ele também criticou o perfil do atual Governo Federal, que, segundo ele, tem se apoiado excessivamente no aumento de impostos sob o argumento de perda de arrecadação.

“O Governo, de fato, tem esse problema de querer arrecadar, e o mecanismo mais fácil é cobrar tributo sobre patrimônio, e não sobre serviços. Mas temos muitas atividades que não pagam. É um Governo que acaba criando uma cultura de muitos gastos em toda a estrutura”, comentou o professor.

Sobre o preço da cesta básica em Porto Velho, Otacílio destacou que há uma tendência de queda, mas alertou para a necessidade de manter o equilíbrio das contas públicas.

“A cesta básica vem caindo há dois meses seguidos em Porto Velho, mas ainda assim é necessário cuidado por causa dos altos gastos do Governo. É fundamental termos contas públicas reguladas”, afirmou.

A relação entre os poderes e sua influência na economia também foi abordada pelo economista.

“Temos uma briga entre Legislativo e Executivo por conta do orçamento. O próprio Governo anuncia que em 2027 teremos problemas orçamentários, mas não faz nada para controlar esses gastos desenfreados”, observou Otacílio.

O professor também apontou como sinal de alerta o aumento das despesas federais com o pagamento de emendas parlamentares.

“As emendas vêm perdendo o controle e tirando boa parte do poder do Governo Federal em arcar com suas despesas. Não pegam juízes que estão recebendo mais de um milhão em determinado mês. Existem procuradores que ganham mais de R$ 300 mil mensais, e ninguém fala em cortar isso”, criticou.

Otacílio explicou ainda a proposta do novo Imposto sobre Produtos e Serviços (IPS), previsto na reforma tributária em andamento.

“Estamos passando por uma reforma tributária que parte da premissa de que há problemas de arrecadação. Teremos apenas um tributo cobrado pelo Governo Federal, o que deve agilizar o processo. O IPS substituirá os demais impostos, e o repasse será feito pelo Governo aos municípios”, explicou.

Ao ser questionado sobre os impactos da tarifa imposta por Donald Trump, o professor minimizou seus efeitos sobre o estado.

“De fato, pouco atingiu. As viagens do Governo Federal junto com o Governo do Estado abriram novos mercados. O próprio Trump viu que o resultado não foi o esperado”, argumentou Otacílio Moreira.

Por fim, o economista destacou a força do setor produtivo de Rondônia.

“Rondônia tem uma boa diversidade de negócios e exemplos vindos de várias gestões estaduais que fortaleceram o agronegócio em todo o estado, o que demonstra nossa força econômica”, concluiu Otacílio Moreira.

Veja A Voz do Povo:


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