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porto velho, quinta-feira 14 de agosto de 2025
PORTO VELHO - RO - Em meio à movimentação para as eleições de 2026, um fato salta aos olhos: Bruno Scheid (PL-Ji-Paraná), lançado com pompa e circunstância pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, permanece um ilustre desconhecido para a maioria dos rondonienses. A aposta do PL no chamado “efeito Bolsonaro” parece esbarrar na realidade dura da política local — onde carisma emprestado não substitui história construída e presença ativa junto ao eleitorado.
Scheid foi apresentado como “o nome do bolsonarismo” para o Senado, mas até agora carece de inserção política real. Enquanto isso, figuras como a deputada federal Sílvia Cristina (PL) e o governador Marcos Rocha (União Brasil) aparecem como protagonistas, amparados por trajetória consolidada, visibilidade permanente e reconhecimento estadual. Sílvia mantém base eleitoral fiel e trânsito garantido em Brasília, enquanto Rocha, sentado na cadeira de governador, usufrui de vitrine e poder de articulação incomparáveis.
E não é de hoje que o eleitor rondoniense demonstra independência frente a “bençãos” vindas de Brasília. Um exemplo eloquente foi a derrota da ex-deputada Mariana Carvalho na disputa pela Prefeitura de Porto Velho: mesmo liderando uma coligação robusta e com apoio direto de Bolsonaro, saiu derrotada, deixando claro que o voto no estado não se compra com selo de apadrinhamento político, por mais popular que seja o padrinho.
Nos bastidores, o diagnóstico é direto: Scheid corre o risco de repetir o fracasso de Mariana. “Não basta posar para foto ao lado de Bolsonaro e esperar que as urnas se abram sozinhas. Rondônia quer trabalho comprovado, resultados e ligação com suas realidades”, comenta um estrategista ouvido pela reportagem.
Se não conseguir furar a bolha restrita do bolsonarismo militante e se apresentar efetivamente ao eleitorado, Bruno Scheid pode se tornar mais um nome fadado a desaparecer na contagem final — provando, mais uma vez, que em política o endosso mais barulhento não apaga o silêncio da falta de relevância.