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    porto velho, quarta-feira 17 de setembro de 2025

Léo equilibra carisma e eficiência; bancada de Rondônia apoia PEC da...


Por Robson Oliveira

17/09/2025 09:55:16 - Atualizado

VALIAÇÃO

Ninguém no mundo da política é obrigado a gostar do prefeito da capital, Léo Moraes — seja pela forma como governa, seja pelo uso extravagante das plataformas digitais. Mas o fato é que ele vem conseguindo se sobressair entre a nova safra de prefeitos como o mais bem avaliado em Rondônia. Pelo menos é o que revela uma pesquisa séria a que este cabeça-chata teve acesso.

POPULARIDADE

Léo Moraes se destaca por sua habilidade em se conectar com a população. Sua comunicação direta e presença constante em eventos e redes sociais consolidam a imagem de um político acessível, atento às demandas da cidade. É fácil compreender por que tantos eleitores confiam nele: sua popularidade não decorre apenas do marketing, mas também de gestos concretos que fazem diferença no cotidiano das pessoas.

RESULTADOS

A administração apresenta sinais claros de acertos: investimentos em obras visíveis — embora ainda modestas —, iniciativas sociais que alcançam a comunidade e a tentativa de modernizar processos administrativos revelam um gestor comprometido com resultados palpáveis. Esses movimentos reforçam a percepção de proximidade e eficiência.

FALHAS

Ainda assim, como toda gestão em construção, há desafios. Alguns projetos estratégicos avançam mais lentamente do que o esperado, e decisões estruturais exigem maior planejamento. Essas falhas, entretanto, não apagam o esforço em criar uma administração que dialogue com o cidadão e busque melhorias contínuas.

CONEXÃO

O ponto forte de Léo Moraes reside justamente nesse equilíbrio: unir popularidade a ações concretas, transformando expectativas em resultados. Se mantiver o foco na eficiência sem perder a conexão com o público, tem potencial para consolidar uma administração sólida, reconhecida tanto pelo carisma quanto pela competência.

LONGEVIDADE

No fim, sua gestão é reflexo de esperança e possibilidade: méritos a celebrar, desafios a superar e uma base de confiança capaz de transformar promessas em conquistas duradouras.

PERSPECTIVAS

Com a antecipação do processo eleitoral no país, em Rondônia as negociações e articulações estão em pleno vapor nos bastidores. Os prováveis candidatos a governador começam a mostrar o rosto e o esboço das propostas que levarão às urnas, num estado acostumado a eleger azarões e conservadores convictos de suas crenças. Os três mais bem posicionados nas pesquisas estão sendo entrevistados pelo podcast Resenha Política, apresentado por este cabeça-chata, que tenta extrair de cada um o que realmente prometem executar no governo.

FÚRIA

O jovem prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, tem como virtudes a juventude, a energia e a autenticidade. Consegue falar ao povo sem burocracia e transmite proximidade. É visto como novidade em um cenário saturado de velhos caciques. Mas, como defeito, ainda é um fenômeno municipal: fora de Cacoal, falta-lhe musculatura política e base organizada. Pode ser percebido mais como agitador do que como estadista. Usa bem as mídias sociais — às vezes com exagero pirotécnico — e aí deixa transparecer seu jeito de menino travesso, que empolga o público local, mas suscita dúvidas sobre a experiência necessária para encarar problemas estaduais mais complexos.

FERNANDO MÁXIMO

O deputado federal Fernando Máximo é pré-candidato a governador, ancorado em forte apelo junto aos evangélicos e ao eleitor conservador de Rondônia. Lidera as primeiras pesquisas e reúne hoje o maior grupo político entre os pré-candidatos, com musculatura eleitoral e apoio consolidado na bolha bolsonarista. Tem recall expressivo, carrega a imagem de médico comprometido e sabe se comunicar com a base popular.
Em Rondônia, contudo, liderar pesquisas não significa vencer eleições — a história mostra que favoritos muitas vezes sucumbem ao voto volúvel e às surpresas de última hora. Além disso, sua força ainda depende da sombra de Bolsonaro. Seu discurso tende a repetir a cartilha ideológica, e será obrigado a apresentar um projeto robusto de gestão estadual para que o favoritismo não murche à medida que a campanha afunilar.

HILDON CHAVES

É um provável candidato que corre por fora dos grupos políticos tradicionais. Foi um bom prefeito de Porto Velho, com avanços de gestão e resultados que lhe renderam respeitabilidade. Tem preparo técnico e trânsito no meio empresarial. Em seu desfavor, a vaidade é o calcanhar de Aquiles: exagera na autopromoção, não construiu um grupo político sólido e tampouco domina as dinâmicas do interior, o que o deixa restrito à capital.
Corre o risco de ser lembrado como “o bom prefeito que acreditou poder governar o estado sem conhecer Rondônia”. Apesar dessa característica personalista, não é um candidato a ser subestimado num estado que, não raro, aposta no azarão. Sua dificuldade em abrir espaço para aliados funciona como óbice para agregar nomes e formar uma base política consistente.

PROGRESSISTAS

Enquanto os conservadores rondonienses exibem mais de um pré-candidato a governador, no campo dito progressista não há, até o momento, um nome consensual entre os partidos de esquerda disposto a enfrentar a disputa. O vazio deixa o tabuleiro eleitoral desequilibrado, com a direita disputando espaço entre si e a esquerda ensaiando movimentos sem coordenação.

VIABILIDADE

O senador Confúcio Moura (MDB), embora distante de ser um esquerdista clássico — pelo contrário —, surge como o nome mais promissor entre os progressistas. Matreiro e astuto, conhece como poucos os atalhos da política. Ainda assim, deverá optar pela reeleição ao Senado, alternativa mais viável e segura para sua trajetória. Moura sabe que parte considerável do eleitor rondoniense segue atento a quem vota com o governo Lula e tem consciência que, na eleição de 2026, sua decisão vai pesar. Daí saberemos se é para o bem ou para seu mal: hoje há quem mais o demonize do que o canonize.

GARIMPO

A mais recente operação da Polícia Federal no Rio Madeira recolocou os refletores sobre um problema histórico: a mineração clandestina que avança sobre nossos rios, driblando a fiscalização e financiando redes criminosas. A ação expôs a magnitude da atividade ilegal, que movimenta fortunas paralelas sem retorno fiscal ao Estado e com altíssimo custo socioambiental. O combate ganhou respaldo popular, mas evidencia também a necessidade de políticas contínuas, e não apenas de operações pontuais.

VENENO

Os efeitos do garimpo vão muito além da destruição da paisagem ribeirinha. O despejo indiscriminado de mercúrio contamina peixes, principais fontes de proteína da população ribeirinha, e atinge diretamente comunidades inteiras. Estudos já apontam níveis elevados da substância no organismo de crianças e adultos que vivem nas margens do Madeira. A tragédia, silenciosa e cumulativa, é um retrato cruel de como práticas ilegais comprometem gerações futuras, ao transformar um rio em depósito de veneno.

OMISSÃO

Enquanto a PF tenta conter a devastação, o silêncio — ou a complacência — de parte da classe política local chama atenção. O garimpo ilegal ainda encontra defensores em palanques e discursos que apelam ao “direito ao trabalho”, ignorando os efeitos catastróficos sobre a saúde pública e o meio ambiente. O dilema se repete: ceder à pressão de grupos econômicos que lucram com a ilegalidade ou apostar em alternativas sustentáveis para a região. Rondônia e a Amazônia, nesse xadrez, seguem pagando a conta da omissão histórica. E criminosa...

MINAMATA

O alerta não é exagero: o Rio Madeira corre o risco de repetir a tragédia ambiental de Minamata, no Japão, onde a contaminação por mercúrio nos anos 1950 deixou um rastro de doenças neurológicas e mortes que até hoje marcam a memória mundial. Ignorar os sinais pode transformar o maior rio de Rondônia em um símbolo global de descaso ambiental. A história já deu o aviso — e insistir no erro, aqui, seria condenar populações inteiras a um futuro de sofrimento e irreversibilidade.

PÁGINA VIRADA

O julgamento de Jair Bolsonaro pelo STF já produziu sua sentença e não há mais espaço para idas e vindas. Certo ou errado, o veredito está dado, e o país precisa seguir em frente. Permanecer aprisionado ao passado, remoendo cada detalhe, é alimentar a instabilidade política. O Brasil tem urgência em olhar para o futuro, enfrentar seus desafios econômicos, sociais e ambientais, em vez de desperdiçar energia em um debate que já foi decidido pela mais alta corte do país. O debate sobre o que é justo ou injusto do ‘juridiquês de boteco’ é lorota de torcida organizada. Vida que segue e página virada.

BLINDAGEM

A proposta de PEC, aprovada ontem, na Câmara Federal, conhecida como a lei da blindagem, revela a lógica estranha de um sistema que prefere proteger o deputado do que combater a corrupção. Com o apoio da maioria dos parlamentares de Rondônia, a ideia é criar uma espécie de escudo jurídico que impeça investigações contra políticas enquanto estiverem em andamento.

ESCÁRNIO

O presidente da Comissão de Justiça do Senado anunciou que vai tentar barrar o avanço dessa legislação. Mas, o objetivo é clara: a pressão dos partidos, o jogo de interesses e o desejo de blindar aliados fazem da tramitação uma novela que promete ter mais capítulos do que os enredos mexicanos. E o cidadão, que paga a conta, assiste a tudo com aquela expressão de quem já sabe como termina: no final, quem manda na blindagem é quem tem força, e quem fica de fora… bem, fica de fora. A lei é, talvez, uma tentativa de transformar a impunidade em norma, um convite à brasilidade de sempre: fugir da lei enquanto o olho da rua estiver fechado. Um escárnio que nosso parlamento decidiu encenar.

ENCENAÇÃO

Nossos parlamentares federais, acostumados a usarem as mídias digitais e falar abobrinhas, destas vez evitaram as ferramentais tecnológicas e não anteciparam o voto. Nem revelaram como votaram. Tudo no escurinho do cinema. O moralismo que adornam em suas publicações, conforme vemos, é uma encenação ficcional.

REPERCUSSÃO

A entrevista do pré-candidato a governador Fernando Máximo, concedido ao podcast Resenha Política, tem repercutido nos meios políticos. Infelizmente, por razões ainda não esclarecidas, estamos encontrando dificuldades para agendar com o pré-candidato do PSD, Adailton Fúria - embora convidado, ele tem evitado com evasivas. A mesma dificuldade com o dirigente do PT de Rondônia. Renovo aqui o convite para ambos.


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